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Declínio moral e a esperança de redenção

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leigerson1No jogo de ontem houve um claro demonstrativo de nosso declínio moral. O segundo gol da seleção brasileira merecia um Oscar. O atacante Fred “fabricou” um pênalti absolutamente inexistente. Pior, agradeceu a Deus quando o juiz nipônico chancelou a encenação impondo à Croácia a penalidade máxima. Certa vez, Reinaldo Azevedo lembrou que o brasileiro “pune” santinhos. Isso mesmo, se o santinho não realiza o milagre ele fica de cabeça para baixo em um copo d’água. E todos comemoraram, efusivamente, o gol resultante de um pênalti cavado!!

Imaginem essa situação em contraste com jogadores de tênis, que, com inegável “fair play”, reconhecem uma bola boa contra si. Bem diferente, não? Meus caros, é a famosa “Lei de Gerson” em pleno vigor até hoje – temos que “levar vantagem em tudo”. O problema, no caso em questão, foi que esse fato ocorreu perante a arena da opinião pública mundial. Pegou mal… Pipocaram notícias sobre a questão em toda a mídia.

Agora, vamos acrescentar a isso aquela abertura bisonha. Nas redes sociais gente muito espirituosa disse: “descobrimos mais uma coisa que não ficou pronta a tempo: a festa de abertura”. Mas, não foi só isso, apresentamos ao mundo um festival de bundas. O Brasil é isso, falta de “fair play”, agradecer a Deus por um pênalti cavado (!!!??) e bundalelê. Desprezamos tudo o que temos de bom e escolhemos as coisas mais baixas como “cartão de visitas” para a aldeia global.

A grande figura da abertura foi, sem sombra de dúvidas, o Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckimin, que não sucumbiu às chantagens sindicais dos metroviários. Manteve-se firme e a população teve meios de transporte. Foi um lasco de Thatcherismo em um universo de “bandalhismo”. A seleção ganhou o jogo, mas o país perdeu mais um pouco aos olhos do mundo… Será que isso, realmente, vale a pena?

Fica, também, o registro do respeito que a plateia teve com a seleção adversária. Por essas bandas, um gesto natural de educação torna-se motivo de orgulho. Triste. Mas, espero que o nosso povo consiga melhorar a impressão inicial. Aliás, cooperando espontaneamente, temos toda a condição para isso. O taxista Adilson Luiz da Cruz, demonstrando moral e ética inabaláveis, devolveu 40 ingressos a um grupo de mexicanos, que, após aventuras etílicas, deixou tudo em seu veículo. Termino, em tom de esperança, com as palavras do Sr. Adilson, ao ser indagado se pensou em ficar com os ingressos: “de jeito nenhum. Existe muita gente corrupta no mundo, cheio de pensamentos negativos. Não podemos pensar assim. Não quero o mal das pessoas, busco sempre ser correto e isso me traz coisas positivas”.

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Leonardo Correa

Leonardo Correa

Advogado e LLM pela University of Pennsylvania, articulista no Instituto Liberal.

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