‘Cuidado, Hong Kong: a nova linha da pobreza é um passo para um Estado assistencialista no melhor estilo do Ocidente’ _ Ian Vasquez

 LIGIA FILGUEIRAS*

Artigo do Wall Street Journal , apontado pelo diretor do CATO Institute, Ian Vasquez, chama a atenção para a nova política de Hong Kong de criar uma linha da pobreza: “uma avaliação arbitrária da pobreza encoraja políticas que minam a mobilidade social e o crescimento econômico necessário para reduzir a pobreza.”

Metade da renda média do cidadão de Hong Kong: isso é o que define o padrão de quem está na linha da pobreza recém adotada. Assim, 20% da população passam a ser considerados pobres. O número de pobres permanecerá relativamente estável qualquer que sejam suas reais condições. Se o governo distribuir dinheiro, como no made in Brazil Bolsa Família, a tendência é a de se elevar a renda média e, por consequência, subir a faixa da linha da pobreza, que vai precisar de mais esmola do governo.

O WST levanta ainda o problema de se usar a renda para medir a pobreza porque muitas residências, especialmente a dos idosos, vivem de poupança. Os que não contam com ela, podem estar vivendo com a ajuda de membros da família.

Hong Kong, que já foi citada por Milton Friedman como o porto mais livre do mundo, teve o salário mínimo adotado em 2011. E ele deve subir, em consequência da adoção da linha da pobreza.

Segundo o jornal, o Partido Comunista Chinês gosta mais da potencialidade do capitalismo do que os líderes locais de Hong Kong. Quando o último governador britânico de Hong Kong, Chris Patten, aumentou os gastos com políticas sociais em 88%, o representante de Beijing no território declarou: “O preço de se forçar o governo da Região Administrativa Especial para viver além de suas posses será o desequilíbrio orçamentário, a elevação dos impostos, a redução da liquidez do mercado financeiro, o que vai resultar na destruição da confiança do investidor.” Ninguém prestou muita atenção ao comentário, ao que parece.

Enquanto isso, na Suíça, nosso Bolsa Família é premiado pela Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA). O anúncio foi hoje e o Brasil levou o Award for Outstanding Achievement in Social Security “em reconhecimento ao sucesso do Bolsa Família no combate à pobreza e na promoção dos direitos sociais da população mais vulnerável do Brasil”, segundo nota do Ministério do Desenvolvimento Social.

* JORNALISTA