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CPMI das Fake News é o perfeito retrato da política brasileira

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Na política brasileira de tempos não muito distantes, os candidatos ligados ao estamento burocrático ganhavam as eleições com uma facilidade incrível. A legislação eleitoral de inspiração varguista, o dinheiro do fundo partidário como instrumento legal – sem contar com um tal de caixa dois – e a imprensa tradicional como única forma possível de informação e disseminação de notícias sobre o jogo político são variáveis de uma equação nem um pouco misteriosa: o estamento burocrático mantinha o poder por ele próprio definir as regras do jogo – e com a conivência e colaboração dos demais atores políticos. 

Dos três fatores anteriormente citados, o maior pilar dessa situação era justamente o terceiro – ou seja, a grande mídia como meio exclusivo de conhecimento da política. E foi justamente tal pilar a ser derrubado com o advento da popularização da internet. Com tal fenômeno, a informação não é mais privilégio de um meio, grupo ou modelo de comunicação. A informação na internet é espalhada por sites, blogs e redes sociais a gosto do público. Furado tal monopólio da grande mídia, a internet passou a exercer um papel significativo em eleições, movimentos e organizações políticas sem controle algum. 

Nesse novo cenário, duas coisas aconteceram por consequência: a volta de um pensamento intelectual e político conservador e a vitória de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018. Ambos os acontecimentos foram alheios ao establishment brasileiro, até mais: surgiram em clara oposição a ele. Para entender um pouco da situação política, mental e ‘’intelectual’’ do estado de coisas anterior, recomendo a leitura do livro A Corrupção da Inteligência, do antropólogo e escritor Flávio Gordon. 

É óbvio que o meio político não iria assistir a tal processo de braços cruzados. Da esquerda ao Centrão, todos parecem ter em derrubar o governo Bolsonaro e calar apoiadores e simpatizantes um objetivo cabal e benquisto. Como a maioria ali não entende o momento político e a ascensão do movimento conservador, querem calar os que falam o que pensam nas redes sociais e em portais da mídia independente. Afinal, um ambiente sem pressão popular é tudo o que os engravatados querem. 

Aliás, o interesse total dos parlamentares do estamento burocrático está bastante claro: poder disputar as próximas eleições sem a chatice das críticas populares normais de uma democracia liberal. Quem deu total razão a tal diagnóstico foi o senador Humberto Costa (PT-PE). O sonho dele e de tantos outros do partido é a volta da polarização PT-PSDB – responsável em grande parte por calar a direita política e jogar o interesse por política do povo brasileiro no limbo. 

Sua companheira de partido, Natália Bonavides, deputada pelo Rio Grande do Norte, condicionou à vitória nas urnas do presidente Bolsonaro a um ‘’esquema de notícias falsas’’ e à prisão política do criminoso Lula.  

Para começo de conversa, ninguém sente necessidade de usar notícias falsas para vencer eleitoralmente o PT. Basta a verdade dos fatos para desnudar um partido protagonista do maior crime à soberania nacional do Brasil – o Foro de São Paulo – e dos maiores escândalos de corrupção. Segundo: a condenação do criminoso Lula foi confirmada pela segunda instância, que é independente da atuação do ex-juiz Sérgio Moro. Por último, aqui vai um conselho: mergulhe na realidade, deputada. Só mesmo seus militantes semianalfabetos compram tais narrativas. Um bom começo é parar de ser hipócrita ao choramingar pelo AI-5 e defender o ditador venezuelano Nicolás Maduro. 

Outro ponto foi interessante: a clara tentativa dos deputados Rui Falcão (PT-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP) de desqualificar Allan dos Santos – do Terça Livre – por ele não ter diploma de jornalista. Se formos por essa lógica biruta, Machado de Assis não era jornalista, pois nosso grande escritor era autodidata, não teve formação acadêmica. Claro, Allan está deveras distante de Machado; mas a exigência do diploma para validação intelectual é a prova maior da incultura e baixeza moral da grande maioria dos parlamentares brasileiros. 

Poderia este humilde colunista continuar a citar as pérolas advindas dos deputados e senadores membros desta CPMI, mas tal atitude mereceria uma série de artigos em um blog de humor, não neste ótimo e sério Instituto Liberal. Pena que não é apenas humor: é fato e entristece. A incultura, burrice e o desejo de atacar a liberdade de expressão são fatores motivacionais da CPMI das Fake News. Ela é o perfeito retrato da política brasileira. 

Referências: 

1.http://olavodecarvalho.org/a-briga-que-ninguem-quer-comprar/ 

2.https://agorarn.com.br/politica/deputada-natalia-bonavides-defende-presidente-venezuelano-nicolas-maduro/ 

3.https://www.youtube.com/watch?v=SD7KzxCePhk

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Carlos Junior

Carlos Junior

É jornalista. Colunista dos portais "Renova Mídia" e a "A Tocha". Estudioso profundo da história, da política e da formação nacional do Brasil, também escreve sobre política americana.

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