Concessões ferroviárias
ARTHUR CHAGAS DINIZ *
![Estação de Paranapiacaba: Torre do Relógio [info e imagem: Wikipédia]](http://www.institutoliberal.org.br/wp-content/uploads/2013/09/800px-P%C3%A1tio_Ferrovi%C3%A1rio.jpg)
[info e imagem: Wikipédia]
Há 100 (cem) anos, o grande ator na movimentação de cargas e passageiros eram, inquestionavelmente, as ferrovias. Pena que, objetivando a expansão da indústria automobilística no País, se tenham descartado ferrovias e hidrovias como sistemas alternativos. As ferrovias, em especial, foram profundamente desprezadas. O custo dos transportes no Brasil é essencialmente rodoviário, o que desfavorece regiões periféricas.
Depois de anos de silêncio, o governo atual pretende leiloar serviços ferroviários. É auspicioso. Fala-se na concessão de 10 mil quilômetros de ferrovias a serem construídas pela iniciativa privada. O governo, no entanto, com seu viés fortemente estatizante, não confia em concorrência e tenta dar às concessões um caráter extremamente burocrático, esquecendo-se de que, especialmente agora, será necessário criar “regras de jogo” que protejam os concorrentes às concessões.
Quando o governo é fortemente estatizante, é preciso sempre pagar contas mais altas. É o custo do risco. É conveniente lembrar que transportamos as safras agrícolas por milhares de quilômetros em rodovias mal aparelhadas e riscos elevadíssimos para os caminhoneiros.