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Como os nossos pais

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O incômodo com a acomodação da juventude diante de um contexto de restrição de liberdade fez com que Belchior escrevesse uma das canções que se tornou símbolo da luta contra a ditadura militar. Trinta e cinco anos após o término da ditadura nos resta a dúvida: ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais?

Desde meados do século passado, a América Latina (Brasil incluso) vive um ciclo vicioso de alternância entre governos populistas de direita e esquerda com promessas de renovação e mudança apoiados pela esperança da população de tempos melhores. Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam. Seja direita ou esquerda, o erro está em esperar que o Estado resolva todos os problemas da sociedade, forneça os recursos para atender às necessidades básicas de seus cidadãos, controle empresas que promovam o crescimento da nação e ofereça oportunidades para todos. A história nos mostra que a maioria das tentativas do Estado de controlar recursos fracassa e direciona a sociedade para uma condição inferior à em que se encontrava previamente. Grandes empresas estatais muitas vezes operam com margens negativas e são sustentadas pelo tributos pagos pela população, mesmo não atendendo às necessidades do povo. Tentativas de distribuição de renda provocam fuga de capital que poderia ser utilizado para investimentos e desenvolvimento de novos negócios  geradores de empregos e de melhores condições de vida para a população.

O sonho comunista utópico pode ser tentador para alguns: um estado controlador de todos os recursos e capaz de distribuí-los de forma igualitária de forma a suprir as necessidades do povo. No entanto, viver é melhor que sonhar e a vida só existe quando há liberdade. É preciso entender e aceitar que as pessoas não são iguais e isso não é um problema. Igualdade não é algo que precisa ser buscado e sim o progresso,  pois o progresso faz com que as oportunidades para todos sejam melhores. A partir da liberdade conquistada, cada indivíduo pode escolher o que fazer com ela, desde que não interfira na liberdade do próximo. Os que buscam igualdade não percebem que, mesmo que ela fosse alcançada, não perduraria, uma vez que a natureza de cada indivíduo é diferente. É preciso ser antes de ter.

Ainda vivemos como os nossos pais, mas já não somos os mesmos. Nosso passado recente permite afirmar que há uma mudança de paradigma, ainda não generalizada, dentro da nação. Algumas reformas estão sendo realizadas para redução do déficit público e a favor da liberdade. Sempre haverá aqueles que amam o passado e não veem que o novo sempre vem. Esses são, na maioria das vezes, os que se beneficiam das regalias de um estado grande e ineficiente para sustento ou construção de fortuna sem produção – e outros que querem se aproveitar da ignorância popular para se proclamarem representantes dos interesses do povo quando, na verdade, buscam satisfação e realização dos interesses pessoais. Esses comportamentos suportam um dos maiores males da sociedade atual que é a corrupção e alguns agentes de mudança já entenderam que, para combatê-la, é necessário reduzir o tamanho e poder do Estado.

Apesar dos que resistem, vejo vindo no vento o cheiro de uma nova estação.

*Nelson Duarte é associado I do Instituto Líderes do Amanhã.

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