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Ciro Gomes ataca novamente: ele quer quebrar tudo

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Está longe de ser a primeira vez, mas ele continua a nos dar motivos para voltarmos ao assunto, então mais uma vez o “coroné” será nosso tema. Ciro Gomes, o “equilibrado”, o “moderado”, “aquele que deveria ter sido eleito”, a maravilhosa “alternativa de centro a Bolsonaro e ao PT”, atacou novamente.

Primeiro, é preciso fazer referência à sua participação no evento Brazil Conference, ao lado de outros ilustres personagens que participaram das eleições de 2018, quando ele voltou a comentar o pleito que levou o candidato do PSL ao poder. Entre outros fascinantes joguetes de retórica brilhantemente calculados, ao mesmo tempo em que pateticamente farsescos, Ciro sustentou que, não obstante o presidente não tenha tido suporte da estrutura dos partidos e da mídia como Geraldo Alckmin, e portanto não tenha desfrutado dos benefícios de aumento de quantidade de palanques e tempo de televisão, ele contou com um apoio milionário dos radicais do “sionismo internacional” (!!) para vencer.

A declaração pitoresca, digna da turma conspiracionista antissemita dos Protocolos dos Sábios de Sião, pronta a ver um império mundial dos judeus malignos em cada esquina, faz recordar uma declaração anterior de Ciro, feita ainda durante a campanha. O lunático pedetista, vendido como emblema de preparo para o posto de líder nacional, como a escolha óbvia que foi rechaçada pelos radicais obtusos, arauto dos isentos e dos “limpinhos”, dos que pairam sobre a escória que aí está, havia dito simplesmente que a oposição a Maduro era de uma “direita neonazista” (!!) apoiada pelo imperialismo. Sim, nazistas; aqueles que não toleram a ditadura venezuelana eram vistos por ele como nazistas, porque o caminho seria o diálogo sensato para promover a conciliação entre os “dois lados”, como se o duelo na Venezuela não fosse entre democratas oprimidos e uma ditadura assassina, que condena seu povo a uma existência miserável.

A coexistência dos dois comentários em um mesmo indivíduo suscita a questão lógica: será que há milionários do imperialismo internacional capitalista que são sionistas e nazistas ao mesmo tempo ou será que são dois grupos? Realmente, um sionista nazista – explicitamente falando, um judeu nazista – seria uma esdrúxula aberração existencial.

Se, ao contrário, são dois grupos diferentes, eles estariam lutando entre si? Gostaria de ler um livro do Ciro sobre isso – que, se escrito, ficaria na seção de ficção das livrarias, é claro.

Entrementes, a última e mais chocante declaração desse senhor foi sobre o projeto do governo Bolsonaro de conferir autonomia ao Banco Central – uma demanda que o Brasil sonha ver plenamente concretizada desde que a antiga UDN enfrentava o excesso de poder concentrado nas mãos do Banco do Brasil durante e após a ditadura varguista. Eis o que disse, frise-se novamente, o equilibrado Ciro Gomes:

“Se começar a privatizar os dois últimos bancos públicos e entregar o Banco Central ao predomínio do sistema financeiro, simplesmente se está destruindo a sustentação do povo brasileiro. Isso é daqueles casos de a gente ir pra rua e quebrar tudo.”

Exatamente isso; conferir autonomia ao Banco Central, livrá-lo de perniciosas ingerências políticas, é motivo para causar uma revolução de baderneiros Brasil afora, na cabeça moderada, equilibrada, imparcial, sábia e isenta do aureolado Ciro Ferreira Gomes.

Ciro Gomes é visto com receio por muitos liberais e conservadores porque conseguiu, sabe-se lá de que forma, passar a imagem, não somente para setores esquerdistas, mas também para um segmento pretensamente “independente” (para usar uma expressão comum nas eleições dos EUA) do eleitorado, de que seria uma alternativa viável ao Brasil. Em respeito a esse receio, precisamos continuar a erodir sua falsa imagem de imaculada promessa de salvação da divisão entre coxinhas e mortadelas.

Ciro Gomes não é a saída entre coxinhas e mortadelas. Oposto a todas as reformas importantes e sem peias em fazer declarações visivelmente subversivas, ele é um mergulho no abismo.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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