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Bitcoin: ouro digital?

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Em 1978, o economista liberal Hayek publicou A desestatização do dinheiro. Na obra, ele defende que o direito de emitir dinheiro, que é prerrogativa do Estado, deveria ser estendido a outros agentes para promover concorrência em um mercado monopolizado pelo governo e permitir que as pessoas escolhessem suas próprias moedas. A proposta foi vista com bastante desconfiança mesmo entre os liberais.

Trinta anos após Hayek propor a descentralização do dinheiro, Satoshi Nakamoto (pseudônimo), anunciou a criação de uma moeda virtual descentralizada chamada Bitcoin, que, entre várias características, destaca-se pela inexistência de um banco ou qualquer instituição financeira para movimentá-la, funcionando por meio de um sistema “peer-to-peer”.

A proposta surgiu como resposta ao posicionamento do Fed (Banco Central Americano) após a crise de 2008, que adotou uma política de estímulo econômico conhecida como “Quantitative Easing”, que injeta dinheiro no mercado e mantêm os juros perto de zero, incentivando as empresas a tomarem riscos, investir e, com isso, estimular o crescimento econômico.

A moeda digital ganhou ainda mais popularidade este ano, inclusive entre investidores institucionais, após anúncio de pacotes de estímulos trilionários para combate à recessão econômica causada pela pandemia do COVID-19. Apenas em 2020, os EUA imprimiram mais de $3 trilhões, o que representa 21% de todo o suprimento da moeda. Em 2021, o Senado dos EUA aprovou mais um pacote de estímulos de quase $2 trilhões.

Com isso, governos são capazes de desvalorizar moedas e reduzir o poder de compra dos indivíduos com uma simples “canetada”. Dessa forma, aqueles que não querem ver seu destino nas mãos do Estado encontraram nas criptomoedas uma alternativa de reserva de valor e liberdade. A possibilidade de levar o patrimônio para qualquer lugar do planeta liberta o indivíduo das intervenções do Estado.

Muitos críticos do Bitcoin argumentam que a moeda pode ser usada para operações ilícitas, golpes e lavagem de dinheiro, além de ser alvo de ataques de hackers. São os mesmos que confiam no Estado para legislar e proteger, que renunciam à liberdade para obter um pouco de segurança e podem acabar sem ambos. É importante lembrar que só existe liberdade com responsabilidade e que, para dependermos cada vez menos do Estado, é necessário assumirmos a responsabilidade de nossos destinos.

Ainda é cedo para afirmar que o Bitcoin será a moeda do futuro. Caso não seja, é bem provável que a moeda do futuro surja a partir dela com a mesma proposta de valor: a liberdade. Embora o Bitcoin seja a moeda digital mais conhecida, existe uma variedade de outros tipos, com características distintas. O Ethereum, por exemplo, é uma plataforma descentralizada que também usa o Blockchain para validação das transações e hoje está entre as criptomoedas mais negociadas do mundo. Devido à popularização desses ativos, hoje já é possível investir nessa classe por meio de fundos e ETF’s. A adoção por um número cada vez maior de investidores, inclusive institucionais, leva a crer que este é um caminho sem volta.

*Nelson Afonso Duarte Junior é Associado II do Instituto Líderes do Amanhã. 

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