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As ruas e o PT (e os petistas)

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BRASILMORGEN

Há dúvidas no momento se este domingo, 15 de março, marcou a maior manifestação popular no Brasil em toda a sua História.

Não pelo tamanho em si – foi a primeira vez em que, só em São Paulo, a Av. Paulista foi tomada de cabo a rabo, fora Consolação, Rebouças e cercanias, enquanto o Rio de Janeiro entupia muito mais do que Copacabana. A dúvida mesmo “surgiu” com dados do Datafolha, que afirmou, com um cálculo maluco, haver menos de um quinto do que a polícia (e outros seres humanos normais) estavam vendo.

Ninguém se perguntou se afirmar “desde as Diretas Já” conta mesmo algo anterior às Diretas Já (a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, o maior levante popular até então, movimentou muito mais gente do que Junho de 2013 quando o país tinha um terço da população atual) ou contabilidades do tipo. Apenas se “acredita” no Datafolha e sua margem de erro que sempre cai pro mesmo lado e hocus pocus, já se cria um “argumento” pronto a ser repetido bovinoidemente pela internet.

Isto é um dos reflexos de se analisar movimentos coletivos. As coisas são confusas quando há gente demais. Já se esperava – e os analistas tarimbados até previam – o que os jornais iriam dizer.

Como as famosas manchetes “Movimento pelo impeachment tinha cartazes pedindo volta da ditadura”, confundindo intervenção, um ato constitucional, com ditadura, a subversão da Constituição indefinidamente, e tentando fazer crer que um milhão e tantas pessoas acreditavam no mesmo que um grupinho de 8 pessoas levantando um cartaz crendo que a única solução possível é usar poderio militar.

Todavia, há algo ainda mais perigoso quando parece que todos os erros de avaliação são sempre “para o mesmo lado”, novamente e datafolhamente.

É preciso respirar com calma, analisar os eventos buscando suas causas e suas circunstâncias, e deslindar cuidadosamente no meio da muvuca quais são os desenlaces, as conseqüências e a cronologia correta.

brasilmorgen2Ora, o movimento foi criado por diversos grupos, muitos deles antagônicos. A meia dúzia que pedia “intervenção militar” em São Paulo não estava nem tentando representar de fato toda a manifestação: estava era xingando o povo que não queria um ato militar, com um cartaz enorme escrito “Otário pede impeachment, patriota exige intervenção”, se posicionando claramente contra o restante da manifestação. Misteriosamente, as reportagens mostravam cartazes de pedidos de intervenção até no Acre, mas este caminhão na frente do MASP, que mostrava que os militaristas eram uma minoria desacreditada, não apareceu nos Datafolhas da vida.

O que unia então os grupos? Ora, o antagonismo ao PT e a Dilma.

Não foi, ao contrário da linguagem de diplomatas da imprensa que odeia citar nomes e prefere sempre jogar tudo para o genérico, o abstrato, o coletivo e o nuvioso, uma passeata “contra a corrupção”. Foi contra agentes históricos claramente definidos: Dilma Rousseff. Lula. O PT.

Alguns podem pedir impeachment, como o Movimento Brasil Livre e o Revoltados Online. Outros dizem ser ainda cedo para tal, esperando o aprofundamento das investigações da Operação Lava-Jato – tal é o caso do movimento Vem Pra Rua.

Todavia, esta diferença é a que menos importa. A rigor, devemos lembrar que nem Fernando Collor sofreu, de fato, um impeachment: renunciou antes de o processo ser aprovado (acabou inocentado no STF, mas com o impeachment sendo aprovado, perdeu seus direitos políticos por oito anos da mesma forma). A palavra ficou como símbolo.

O que importa mesmo é canalizar os ânimos da população e mostrar que o povo rejeita Dilma Rousseff. E o PT. E Lula. As desculpas não convencem ninguém mais, a não ser a militância (como a cachorrada raivosa, e muitas vezes paga, que inunda comentários de posts na internet).

Não importa se o melhor é impeachment, impugnação, cassação, renúncia: o que importa mesmo é que as pessoas rejeitam o projeto de poder do PT.

Não apenas a corrupção: gritos como “A nossa bandeira jamais será vermelha!” mostra que as pessoas nas ruas estão cada vez mais conscientes de que o PT tem um projeto de poder transnacional subordinado ao Foro de São Paulo (suficiente para cassação da legenda), e que sua intenção é financiar os neoguerrilheiros (como o MST, agora “exército do Stédile”) e os totalitarismos “socialistas do século XXI” (por isso os “desvios” de estatais, ou seja, do nosso dinheiro através de estatais).

brasilmorgen3Se o PT é a cara “amigável” da esquerda do novo século, seus amiguinhos mostram que este lado “amigável” é apenas para ganhar voto – o PT continua financiando Cuba, faz uma embaixada especial para os terroristas do Hamas, “perdoa” dívidas de R$ 188 milhões de ditadores que são capazes de, em seguida, distribuir iPhones de ouro para os convidados do casamento da filha, fora as amizades e os negócios com Rússia, China, Irã (o maior financiador do terrorismo no mundo e eterno desejante de uma bomba nuclear) e genocidas do quilate de Robert Mugabe, Muammar Kadafi, Sassou-Nguesso e toda sorte de anti-semitas e socialistas.

O que o povo está descobrindo, apesar da imprensa eternamente anódina, na internet e inclusive nas ruas (através de conversas e ouvindo o que dizem os organizadores) é que o PT é o partido responsável, em toda a história mundial, pelo maior caso de corrupção que já aconteceu em todo o globo – e mesmo assim, corrupção não é o maior problema do PT, pois seu projeto de poder é totalitário. Ainda é melhor ser roubado do que perder a liberdade e se subordinar a uma ditadura disfarçada – que ainda se finge de combatente a ditaduras.

brasilmorgen4O povo rejeita mais o PT quanto mais o conhece. Se restava à militância apelar para clichês cada vez mais marxistas e ultrapassados, como atacar a suposta “classe” de quem rejeita o PT, tal discurso também tem caído por terra com uma rapidez que os marqueteiros do PT não têm conseguido acompanhar para municiar os “jornalistas” militantes petistas que espalham o discurso a ser repetido ipsis litteris, inquestionavelmente, pelos petistas que “sobraram”. Andam ficando sem desculpas e sem “explicações” mágicas para serem repetidas nos comentários do Facebook.

Pior: quem está conhecendo a perversidade do PT é cada vez mais a camada menos abastada da população. Quem impulsionou a queda da popularidade de Dilma (7%, ou 13%, segundo o Datafolha, ainda bem pior do que a de Collor) foram as famílias com até 2 salários mínimos: 60% da camada mais pobre acha o governo ruim ou péssimo. 

As classes média e alta são mais “intolerantes”? De forma alguma: 66% da classe média rejeita Dilma  (antes eram 46%, rejeitando menos do que a classe pobre rejeita agora). A camada imediatamente acima rejeita menos: 65%. A camada que está chamando todos nas ruas de “coxinhas”.

Coisa de pessoas “elitistas” do eixo Sul-Sudeste que não conhecem o maravilhoso trabalho do PT no restante do país? Também é balela. Quem impulsiona a queda na popularidade de Dilma é o Centro-Oeste, com 75% de reprovação (no Sudeste, o índice, como se viu, é de “apenas” 66%).

No Nordeste o PT de Dilma e Lula continua invencível? Bobagem. No Nordeste, a reprovação à presidente é de 55%. No Norte, “apenas” 51%.

Ou seja: quem ainda gosta do PT, de Dilma e de Lula, não dá mais para esconder, são alguns riquinhos que querem se vender como se fossem “proletários”.

Isto é o que o PT – e os petistas, inclusive os apenas de ocasião, aqueles que mais aparecem caindo de pára-quedas e saindo até dos bueiros na internet – ainda não consegue entender, simplesmente porque se considera tão angelical que é incapaz de acreditar que o povo não tolere algumas centenas de BILHÕES roubados em troca de uma mentira de que “tirou milhões da miséria”.

E a resposta da presidente – ou melhor, de seu marqueteiro e dos ministros que escalou para o “gabinete de crise” é… um pacote anti-corrupção que já tentou passar em 2005 (mensalão), 2013 e 2014 (adiantou alguma coisa?) e a tal “reforma política”.

Se política já não é algo que devemos conhecer senão para sabermos como estamos sendo afanados, algo com “reforma” no nome sem esclarecer para a população o que quer reformar já deveria ligar todos os alarmes de golpe possíveis.

Sobretudo porque, ao contrário do que o PT – e os petistas – tentam vender à população, é muito mais comum um golpe acontecer depois de se estar no poder do que partindo de fora. Golpe não é só “tirar um presidente” (Collor não sofreu um golpe), é concentrar poderes para perseguir inimigos e se perpetuar no poder. A “hegemonia” de Antonio Negri, tão cobiçada por Rui Falcão e José Dirceu.

De César a Maduro, de Hitler a Zelaya, os golpes mais freqüentes partem de quem está com as rédeas, e não quem está de fora, tentando impedir mais poder em menos mãos. Basta ver novamente os “companheiros” do PT para saber qual será nosso futuro.

A reforma política partindo do PT não tem nada a ver com o que foi pedido nas ruas – tão nada a ver quanto Dilma afirmar que lutou para que as pessoas se manifestassem “democraticamente” (esta palavra eternamente esvaziada de sentido e inevitavelmente mal usada) através da VAR-Palmares, com seus seqüestros, assaltos, tiroteios e chantagens para instaurar a ditadura do “proletariado” soviética.

brasilmorgen5Que o PT não mobiliza mais ninguém (talvez a CUT, pessoas da Guiné que não falam português e desempregados desinformados que acreditam que o protesto do dia 13 foi contra a Dilma, em troca de R$ 35), que o PT não tem mais legitimidade alguma, que o PT quer resolver qualquer problema concentrando mais poder em suas próprias mãos, que o PT já não tem nenhuma relação com o povo, qualquer um já sabia – a não ser, claro, petistas classe média do palpitariado, sempre repetindo slogans e dog whistles criados por marqueteiros para serem facilmente repetidos irrefletidamente.

Contudo, apesar de as ações finalmente estarem sendo concretizadas, depois de anos de discussões e preparação, o perigo ainda existe: a reforma política do PT é tão ruim quanto o partido continuar aparelhando estatais, comprando o Legislativo para passar ordens desde o Executivo, indicando juízes-advogados para a Suprema Corte, censurando a imprensa, a internet e sufocando a economia.

É hora de os movimentos de rua, unidos pelo repúdio ao PT se unirem também contra a resposta do PT a eles, não importando se querem renúncia, impugnação – a melhor das opções, ainda que a mais difícil – ou impeachment, o termo mais conhecido, e que nem precisa ser muito explicado ou mesmo levado a cabo, como nos ensinou Collor.

Contra a “reforma política” que não diz ao povo o que quer reformar – a saber, oficializar o Caixa 2, acabar com a transparência, usar o dinheiro do cidadão para pagar marqueteiros que mintam para o cidadão, distribuir verbas através de quem está no poder (para manter o poder eternamente com a mesma distribuição) e ainda por cima os parlamentares sendo indicados pelo partido – se nossa distribuição de deputados e senadores já torna o Legislativo o órgão menos representativo de toda a sociedade, imagine-se tirando ainda mais o poder de decisão do eleitor, que irá cada vez mais para a urna apenas para manter uma aparência de normalidade, enquanto o país se torna uma ditadura mais fechada, corrupta e de poderes concentrados.

É hora de repudiar a “reforma política” bolivariana do PT. Ninguém pediu isso a Dilma. Se ela quer “punir corruptos”, pode começar simplesmente saindo do cargo.

O que as ruas deixaram claríssimo a quem as viu (e não a quem viu o que um blog progressista diz que viu) é que o povo não quer mais o PT por inteiro – e não pode cair agora na “solução” do próprio PT para o próprio PT continuar mandando e desmandando.

A primeira e única reforma política que o povo pediu foi desmoralizar o pior partido a ter posto as mãos no Executivo federal neste país – o resto é totalitarismo.

Que os movimentos saibam explicar, panfletar (à moda antiga que seja), escrever e falar muito a respeito do que pode ser a nova ditadura vermelha.

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern

Analista político, palestrante e tradutor. Escreve para o jornal Gazeta do Povo , além de sites como Implicante e Instituto Millenium. Lançou seu primeiro pela editora Record Por trás da máscara, sobre os protestos de 2013.

4 comentários em “As ruas e o PT (e os petistas)

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    28/03/2015 em 8:27 pm
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    É exatamente por tudo o que está escrito que, em 12/04/15, é preciso que haja um brado retumbante, uníssono, indubitável. Com hora marcada, por pelo menos dois minutos. Parece que o ” Ei, Dilma, pé de pra sair…” tem agradado. Acho que ele representa bem o sentimento. 16:30 parece um bom horário para que todos marquem o horário do grito. Não basta organizar cidades e horários. É preciso marcar horário para o grito também. Os comunistas, assim, terão muito mais dificuldades para mentir.

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      25/03/2015 em 2:23 am
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      Agora com alguns dos corruPT’s da petrobras,preso.Querem fazer bonito para o povo,ficam mostrando nas redes de Tv a SELA que vao ficar.k (kkkkkk, Agora eu pergunto: eles vao ficar la nesta SELA pobre porquanto tempo??O que sei que daqui uns dias vao tem desculpa que sao formados ,grau de estudo altos e nao podem ser tratados como pessoas normais.voces vao ver.

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    23/03/2015 em 12:26 pm
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    A avenida ficou tomada de cidadoes Brasileiros,foi bonito?foi.Mas e daiii? Adiantou o que??estao ai corruptando do mesmo jeito.Presidentaaaa pediu dialogo,,,,que dialogo????? Dialogar com quem? O povo sera ouvido?? Ela nao matou a charada ainda ,que agente nao quer mais e LGa no governo.Tambem cade a FFAA??? Que nao fez nada.Eu acho que FFAA EMFLAQUEU

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