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Artistas estatizados

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RODRIGO CONSTANTINO *

Deu no Ancelmo Gois hoje: O fuzilamento de Brant

Fernando Brant distribuiu entre amigos o texto intitulado “O golpe que chamam de diálogo”. Confirma que, a convite de Caetano Veloso, se reuniu em junho com o grupo de artistas que defende a mudança na lei de direito autoral e que esteve estes dias em Brasília. O compositor diz que assim que chegou foi deslocado para um banco no fundo da casa. “Felei que, se queriam fiscalizar o Ecad, eu aceitaria… Mas a verdadeira e mais eficiente fiscalização deveria ser feita pelos autores e artistas, os donos do Ecad”. Ou seja, não seria preciso “a tutela do Estado”. A partir daí, o autor de “Canção da América”, entre outras músicas, conta que o chumbo veio grosso. “Senti-me, e a posição em que me colocaram na sala acentuou essa impressão, como alvo de tiros do quadro ‘O fuzilamento de Goya'”. O quadro, como se sabe, retrata, em 1808, um pelotão de fuzilamento executando madrilenhos.
Isso chama-se “pressão de grupo”, “bullying ideológico”, como descrevi em artigo recente. É assim que essa gente costuma agir para defender seus interesses. Em alguns casos, o ostracismo daquele que discorda é absoluto. Esse tipo de postura apenas acende mais ainda a luz amarela sobre as mudanças do Ecad. Observando quem está a favor delas, como lutam para consegui-las, e quem fica excluído, a conclusão só pode ser negativa. Vem malandragem estatizante aí.

O músico Lobão, um dos “renegados” desse grupo, escreveu um artigo exclusivo para o meu canal levantando questões relevantes sobre o tema, pouco debatido. A Câmara aprovou as novas regras para a arrecadação de direitos autorais.  Pelo texto relatado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a arrecadação de direitos autorais na música permanece concentrada no Ecad e nas associações de autores. O projeto aprovado na Câmara e no Senado prevê que órgão fiscalizador dos repasses deve ser ligado ao governo federal, mas não necessariamente o Ministério da Cultura, conforme previa o projeto original.

Quem dorme tranquilo com isso? Mais recursos e mais poder concentrados no Estado. Há o que celebrar? São os artistas estatizados, sob aplausos daqueles mais influentes, “amigos do rei”, que sempre se beneficiam da simbiose nefasta entre classe artística e governo.

* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

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