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Por que os juros são tão altos no Brasil? E como reduzi-los?

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A inadimplência no Brasil bateu novo recorde e atingiu 67,6 milhões de brasileiros em julho de 2022, segundo a Serasa. A maioria das dívidas vem do segmento de bancos e cartões. Diante da informação, muitas pessoas culpam as taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras. Afinal, por que os juros são tão altos no Brasil?

Inicialmente, é verdade que os juros cobrados no país são muito maiores do que na maior parte do mundo. Quando um banco empresta dinheiro a alguém, cobra uma taxa pelo empréstimo. Essa taxa, naturalmente, será superior à taxa de captação. Essa diferença é denominada de spread bancário. Quanto maior, maiores os juros no país. O Brasil tem o segundo maior spread bancário do mundo, perdendo somente para Madagascar. É o que mostrou uma comparação internacional feita por pesquisadores do Ibre/FGV.

Contudo, os juros finais cobrados representam outros custos que compõem o spread bancário. O principal componente é a inadimplência (55%), seguido do lucros dos bancos (23%), impostos (16%) e custos administrativos (4%). É o que mostrou relatório de 2017 do Banco Central.

Nesse sentido, uma possível explicação para não haver uma queda expressiva dos spreads no Brasil, mesmo quando a taxa Selic atingiu a mínima histórica de 2%, é o fato de que há entraves institucionais para a redução do spread, como a dificuldade de retomada das garantias.

Para efeito de comparação, o Brasil está entre os piores países em termos de recuperação judicial de crédito. Segundo dados do Banco Mundial, por aqui, apenas US$ 0,13 são recuperados de cada US$ 1 emprestado. A média mundial está em US$ 0,34 por US$ 1.

Como é muito difícil cobrar no Judiciário brasileiro créditos tomados e não pagos, quem toma empréstimos e os quita paga não somente para si, mas para todo o contingente de brasileiros inadimplentes.

Trazer maior celeridade ao hoje moroso Judiciário brasileiro e desburocratizar o processo de execução civil, incluindo a penhora e execução de bens, é fundamental para a redução do spread.

Resolver esses problemas ajudaria no desenvolvimento econômico do país ao ajudar na tomada de crédito para financiar investimentos em grandes projetos. Contudo, vale ressaltar que essa questão também é moral. Afinal, um país em que quem dá calote é premiado, não pode ser considerado moral, ético e sério.

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

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