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Ainda sobre o leilão de Libra

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BERNARDO SANTORO*

A banda “Nirvana” tinha uma música chamada “Lítio”. Não tem a ver com a Bolívia mas é tão depressiva quanto as políticas desse país.

O assunto relativo ao leilão dos campos de libra já foi magistralmente esgotado pelo artigo definitivo de Leandro Roque no IMB, que recomendo vivamente, onde o autor demonstra que o petróleo do pré-sal só é viável se o preço do barril estiver muito alto e que o modelo de partilha adotado vai sangrar os cofres públicos nacionais.

Mas cabe comentar, rapidamente, o dia seguinte desse leilão e a incrível reação da oposição política brasileira ao tema, que se recusa a tomar um papel de vanguarda racional em qualquer discussão nacional.

O candidato supostamente liberal, Aécio Neves, declarou, de maneira jocosa que houve uma privatização do campo de Libra, como se privatizar fosse ruim, e que nós precisamos reestatizar a Petrobras, entregar a Petrobras novamente aos brasileiros e aos seus interesses”.

Uma boa medida da irracionalidade de um discurso é quando o PSOL o apoia. O Dep. Ivan Valente, do PSOL-SP, declarou, na mesma medida, que “o que foi feito ontem foi um crime contra a soberania nacional. É privatização sim, e é a maior de todas, maior que a da Telebrás e da Vale“.

É com psolistas que Aécio Neves pretende marchar em 2014?

Como esclareceu o Presidente do IL em seu blog ontem, Dilma está certa ao dizer que não houve privatização. Uma privatização de verdade é conduzida de modo em que os efeitos benéficos do livre-mercado se faça presente na atividade econômica. Nada disso aconteceu no evento desta semana.

Senão vejamos: a Petrobras, e o governo, ainda são os sócios majoritários da exploração, o que significa que essa exploração vai atender a interesses políticos do governo, e não econômicos da população. Não haverá concorrência na exploração do campo, que foi entregue de maneira monopolística ao consórcio vencedor. Haverá a extrema regulação de quantidade e preço de petróleo extraído, sob a supervisão da ANP. E ainda temos uma estranha participação do governo chinês na exploração, o que significa que também vamos ter de atender interesses políticos do governo chinês.

A única parte lúcida do discurso de Aécio Neves ontem foi que o pagamento de 15 bilhões de reais feitos pelo consórcio ao governo ainda vai servir para fechar as contas dessa administração perdulária e descumpridora da Lei de Responsabilidade Fiscal, a qual vive driblando com truques contábeis e mercadológicos como este que vimos na segunda.

E enquanto isso vamos imitando o modelo boliviano sobre o lítio. A Bolívia tem 50% das reservas mundiais de lítio, que é um ótimo metal para uso em baterias, o que seria uma imensa riqueza no momento em que os carros elétricos estão se popularizando. A Bolívia impede de todos os meios a exploração do elemento em escala industrial, o que está levando países avançado a descobrir novos materiais para substituí-lo. Em breve a Bolívia estará em cima de um monte de “riquezas” que não valerão um tostão.

Que isso não aconteça com o sub-explorado petróleo brasileiro. (alguém falou em gás de xisto aí?)

*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

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