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Abaixo as instituições burguesas. Viva o populismo!

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Ayn Rand costumava dizer que “a diferença entre um Estado assistencialista e um Estado autoritário é apenas uma questão de tempo”.  Exemplos históricos abundantes dão razão à senhora Rand.  Baseados na velha máxima de que “os fins justificam os meios”, não foram poucos os regimes, ao longo da História, que, tendo em sua origem as mais pungentes intenções de igualdade e fraternidade, aboliram o chamado Estado de Direito, tornando-se sangrentas tiranias, com execuções em massa, campos de concentração, tortura, etc.  Rússia Stalinista, China Maoista, Cuba Castrista, Camboja Potiano, entre outros, são alguns exemplos marcantes disso.

Também não foram poucos os intelectuais e políticos ocidentais (de esquerda) que, vivendo sob a guarda de democracias capitalistas livres, mas em nome da indefectível ideologia igualitária, não se cansaram de apoiar aquelas tiranias. Os festejados Jean Paul Sartre e Eric Hobsbawn são dois exemplos marcantes, dentre muitos outros, desse apoio não raro incontido.

Sartre nunca escondeu sua admiração pelos regimes de Stalin e, posteriormente, de Mao, tendo inclusive rompido com o amigo Albert Camus, quando este último ousou denunciar o totalitarismo soviético. Além disso, sempre foi omisso em relação aos Gulags, tendo dito certa feita que “não era nosso dever escrever sobre os campos de trabalho soviéticos“. Nunca se insurgiu tampouco contra famigerados expurgos de Stalin e Mao, desculpando-os, em nome da eficácia revolucionária, claro. Quando o desertor Victor Kravchenko publicou “Eu escolhi a liberdade”, o primeiro relato dos horrores do stalinismo vindo “de dentro”, Sartre escreveu uma peça, sugerindo que Kravchenko era uma criação da CIA. Fez escola!

Já o historiador Eric Hobsbawn, perguntado certa vez por Geneton Moraes Neto se lamentava o apoio dado aos governos soviéticos, respondeu cinicamente:

“Não lamento, porque nunca vivi na União Soviética. Quem, como eu, apoiava os governos soviéticos não estava pensando na Rússia, mas em nossos próprios países e no resto do mundo. Porque, para o resto do mundo, a existência da União Soviética, ainda que fosse ruim para a Rússia, teve um desenvolvimento positivo…

Sem a União Soviética, o capitalismo não teria sido reformado, como foi, depois da Guerra. Os que, no Ocidente, foram marxistas ou apoiaram o movimento comunista não têm do que se lamentar, porque estavam apenas tentando alcançar, em seus próprios países, objetivos que eram bons.”

Infelizmente, os intelectuais contemporâneos, especialmente no Brasil, ainda caem nessa mesma esparrela.  Não por acaso, são muitos aqueles que insistem em apoiar, de forma intransigente, os governos despóticos de Fidel castro e, mais recentemente, de Nicolás Maduro, na Venezuela, mesmo depois dos incessantes relatos de opressão contra os oposicionistas.

E a vocação desses intelectuais para defender o indefensável parece não encontrar barreiras.  Depois que as “pedaladas” da vossa “presidenta” tornaram-se incontestáveis, graças ao parecer técnico do TCU, os marxistas de Pindorama desenvolveram uma nova narrativa (embora nada inovadora) para defendê-la das possíveis sanções legais e políticas, principalmente do iminente processo de impeachment.

Essa narrativa admite as ilegalidades praticadas pela presidente, mas requer que a absolvamos porque, afinal, Dilma não teria tirado proveito pessoal delas.  Tudo o que ela e seu governo fizeram, ainda que ao arrepio da lei, foi com o objetivo exclusivo de amparar os mais necessitados, beneficiários dos programas Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, etc.

Esquecendo-se, convenientemente, de que as famigeradas “pedaladas” aconteceram em ano eleitoral e, certamente, ajudaram a “presidenta” a reeleger-se (maior benefício pessoal do que esse, impossível, não é mesmo?), essa turma pretende agora que a sociedade brasileira não só deixe passar, mais uma vez, as ilegalidades praticadas, como, de preferência, as aplaudam.

Ora, se é assim, melhor seria se extinguíssemos logo o TCU e demais órgãos fiscalizadores, já que a montanha de dinheiro que os pagadores de impostos gastam para mantê-los não presta para nada.  Poderíamos ainda acabar com essa baboseira de votar e aprovar, anualmente, uma lei orçamentária, além de obrigar o Congresso a fiscalizar a sua execução, um trabalho tão chato quanto desnecessário.  Finalmente, deveríamos revogar logo de uma vez a maligna Lei de Responsabilidade Fiscal, a bruxa má do populismo tupiniquim.

Aliás, pensando bem, deveríamos manter tudo isso, inclusive o Império da Lei e o Estado de Direito, mas apenas para a eventualidade de elegermos governos de direita (Deus queira que isso nunca aconteça, mas, sabe como é, né?). Os governos de esquerda, graças ao monopólio das virtudes que lhes é intrínseco, estariam dispensados de respeitar essas instituições eminentemente burguesas, porque, afinal, suas nobres intenções devem estar muito acima dessas filigranas morais e legais.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

3 comentários em “Abaixo as instituições burguesas. Viva o populismo!

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    16/10/2015 em 11:37 am
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    Eu lembro-me que no tempo do Império somente tinha direito ao voto, aquele cidadão/ã que recolhia impostos. Só não me recordo se obtive esta informação lendo em algum livro, ou me fora passada por um de meus bons Professores do final dos anos 50. Isto posto, abre-se uma ideia para que seja resolvido de vez, o problema do Bolsa Família, e outros que por ventura viessem a gerar votos para políticos populistas, e sem nenhuma moral. O povo deveria pressionar os parlamentares para que fosse criada uma lei específica, relacionada a todos aqueles cidadãos, ou cidadãs que recebessem qualquer tipo de benesses do governo. Seja no plano do Bolsa Família, ou no minha casa minha vida. Neste caso, atingindo apenas aqueles da menor faixa salarial.

    Que estes benefícios passassem a ser Constitucionais, e virassem Cláusula pétrea. Somente desta forma poderíamos ficar livres de Governantes inescrupulosos que só fingem gostar de pobres, para poderem usufruir do direito de cabresteá-los no objetivo de suas vidas, e principalmente no direcionamento de seus votos. E um exemplo típico deste tipo de políticos, é encontrado no petismo, nas figuras do seu dirigente mor, o Rei Lula, e sua criatura, a tia Dilma. No projeto que fosse apresentado para esta finalidade, deveria constar que, todos os beneficiados de uma mesma família, com direito a voto, teriam os seus títulos de eleitores cancelados. E a medida que eles conseguissem um emprego para se auto sustentarem, ser-lhe-ia restituído o direito ao voto.

    óbvio que os critérios para que as famílias entrassem no programa, teriam que ser revistos. Nada de ser beneficiado por ser amigo do Rei. Teria que ser feita uma seleção criteriosa das Assistentes Sociais que trabalhariam no encaminhamento daquelas famílias que se enquadrassem no rigor do novo programa assistencialista. Seria necessário que a seleção destas famílias obedecesse algumas regras: Não basta somente estar precisando do auxílio. É, também necessário que, pelo histórico de vida pregressa de cada família que ela esteja precisando, e mereça receber. Não é justo, depois de um levantamento criterioso da vida pregressa de uma família, descobrir-se que, nunca fizeram nada útil que pudesse ser considerado como um auto esforço, como um trabalho fixo por um tempo relativo, por exemplo. Pessoas que iam em busca da janta, depois de terem deglutido tudo que havia para o almoço. Famílias que hajam desta maneira, e são inúmeras, precisam mesmo é de um Psicólogo/a sempre a acompanhá-los. Mostrando-lhes que o paraíso só existe mesmo, na Bíblia. E que aqui, cada adulto tem que lutar para, no mínimo se auto sustentar.

    Podem ter certeza que se o povo começar a pressionar os Deputados, e os Senadores, cobrando de cada um deles uma atitude a este respeito, eles sem dúvida começarão a se movimentarem. Basta que se publique nas redes, a lista contendo o E-mail de cada um deles, e a cada cobrança que fizermos, deixar registrado: Esta é a minha primeira manifestação, esta é a segunda, esta é a terceira……….. esta é a centésima, e até agora não vi nenhuma iniciativa de sua parte, lembre-se este ano temos eleições etc. Podem ficar certos de que com uma pressão deste tipo, esta lei sairá no menor tempo possível. E assim que ela entrar em vigor, obvio que dentro dos novos critérios de seleção das famílias, com o tempo ela se mostrará pedagógica. Pedagógica porque mostrará a todos os que um dia foram beneficiários do bolsa família que, nunca existiu verdadeiramente amor pelos pobres. O que existiu foi um jogo de interesses espúrio, e sórdido, destes políticos oportunista e canalhas, que usam as pessoas, para se locupletarem em suas ganâncias. Qualquer duvida me ligue,

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      18/10/2015 em 12:25 pm
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      É por esses argumentos e outros que sempre afirmo que a solução para toda esta parafernália capitalista escravagista ideológica – é a re-implantação do único regime governamental justo e HUMANO que existe no PLANETA TERRA, (pelo menos atualmente em ideologia): o SOCIALISMO COMUNISTA. Todavia as mentes aliciadas pelas idéias de Marx desvirtuadas pelo mal compreendido “mais valia” tem enceguecido as pouquíssimas mentes iluminadas pelo estigma da cupidez, que não vê sentido na máxima “um por todos e todos por um.” Isto é, afirmei certa vez que a população é contaminada de nascença pelo espírito do egoísmo; logo, o egoísta só vê a sim mesmo e não consegue admitir o direito de partilha de todo o patrimônio terrestre, que nos foi concedido pelo Criador para usufruto geral, e NÃO PARA UM MEIA DÚZIA de retrógrados “capitalistas sovinas” que só veem a lei do Gerson como forma de realização e progresso individual. O resto que se danem, dizem eles… Parabéns Asdrubal pela visão transcendente do problema. Com alguns ajustes ela se enquadra no sistema COMUNISTA SOCIAL perfeitamente. O mundo precisa de mentes dessa natureza. É esse o caminho.

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    15/10/2015 em 10:25 pm
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    Maravilhoso Mauad!!!!
    É exatamente isso…
    E é essa cretinice que é repetida 1000 vezes pra se tornar uma verdade nojenta!!!
    O Brasil tem tanto cretino que acho que já são mais de 70% da população!!!
    A fuga de cérebros já deu seus sinais!!!
    Ninguém sério e com opções fica nessa merda aqui!!!

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