A privatização petista
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
Forçado pela escassez de recursos para investimentos – gasta quase a totalidade dos impostos com despesas correntes -, o governo federal decidiu privatizar a reforma dos aeroportos, indispensável para a realização tanto da Copa do Mundo de Futebol quanto dos Jogos Olímpicos de 2016.
Os três primeiros grandes aeroportos a serem privatizados são os de Guarulhos, Viracopos e Brasília. Os estudos de viabilidade, contratados supostamente com empresas especializadas, foram avaliados pelo Tribunal de Contas da União como equivocados. O ministro que os avaliou decidiu-se por aumentar o valor das concessões e reduzir os projetos de investimentos em todos os aeroportos a serem concessionados.
Não conheço os estudos de viabilidade, mas achei estranho o ministro declarar-se um expert por já ter experiência analítica em projetos de … transmissão de energia elétrica.
Agora parece que o pensamento petista, que predomina nas decisões públicas, optou por efetuar as concessões não mais para empresas privadas, mas para empresas de capital misto, com 49% (!) de capital da INFRAERO.
O Estado não só vai captar a metade do que queria (no modelo proposto) como vai reduzir também à metade os investimentos necessários para adequar às novas (e já presentes) necessidades da demanda projetada de passageiros e cargas.
Possivelmente, a INFRAERO vai exigir uma golden share que garanta ao órgão o controle das decisões das concessionárias. A INFRAERO, que sempre foi conhecida como uma das principais fontes de enriquecimento de seus gestores, está criando uma fórmula nova de se manter viva e seus dirigentes ricos.
Deve-se reconhecer no episódio a chamada “criatividade petista”, marca registrada das administrações Lulla e Dilma.
*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
N.E.: Saiba mais em: Privatização pela metade
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