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“A Filosofia do Fracasso: Ensaios antirrevolucionários” – o trabalho de um intrépido jornalista

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O jornalista Ianker Zimmer tem sido um colunista dedicado do Instituto Liberal. Editando e revisando seus textos, não posso deixar de ressaltar o carinho que tem pela instituição e a preocupação com que elabora o material que redige. Seu interesse intelectual aguçado, levando-o a sempre querer aprender e saber mais, também merece destaque.

Ianker reuniu alguns de seus textos para o instituto, para o site Opinião e Notícias e para o jornal Gazeta do Povo em um pequeno livro lançado pela editora Viseu, intitulado sugestivamente A Filosofia do Fracasso: ensaios antirrevolucionários. Não poderia deixar, como presidente da Diretoria Executiva do IL e amigo virtual, tendo visto virem à luz pela primeira vez vários dos artigos ainda quando eram esboços, de registrar meu apoio com o texto da contracapa, o que muito me honra.

Transcrevo-o: “O nobre ofício do Jornalismo, tão vilipendiado por inteligências corrompidas pelos engodos ideológicos de nosso tempo, tem no apaixonado autor deste livro um soldado sincero e dedicado. Os artigos aqui reunidos condensam seu esforço por acompanhar, com o devido olhar crítico, as peripécias tragicômicas de nossa pátria, aproveitando-as para desnudar a fantasia criminosamente utópica de que se revestem muitos de nossos ideólogos de plantão. Como todos os textos de sua lavra, revelam o cuidado de Ianker Zimmer com a necessidade de não perder o aprofundamento na precisão conceitual e de consultar a sabedoria contida nos registros do grande livro da História, mesmo – e talvez sobretudo – quando se trata de nos debruçarmos sobre os capítulos que ainda estamos escrevendo”.

Haveria pouco de substancial a acrescentar a essas palavras que já proferi a respeito da obra. Ianker é, quando escreve seus artigos – talvez mais do que eu mesmo, que sou diplomado com a mesma formação -, substancialmente, um jornalista; seu radar está sempre direcionado para os fatos da atualidade. Sob esse ponto de vista, os artigos reunidos na coletânea cumprem o papel de registrar documentalmente as peripécias dos momentos turbulentos e das baixezas com que as melhores consciências brasileiras tiveram que lidar nos últimos governos.

Quadros nacionais, como Dilma Rousseff, Ernesto Araújo, o empresário Winston Ling, o cientista político Paulo Moura e Jair Bolsonaro, dividem as páginas, como personagens criticados ou como entrevistados, com as desventuras particulares da política gaúcha, da região natal de Ianker, com direito a uma crítica direta ao governador tucano Eduardo Leite e ao ex-prefeito petista de Porto Alegte, Tarso Genro. Por outro lado, o estilo jornalístico divide espaço com a inequívoca bagagem literária e cultural, trazendo alguns dos autores mais relevantes da grande conversa do Ocidente para discutir os pilares de nossa civilização e os ataques que sofrem mediante a ação do socialismo e da mentalidade revolucionária.

A provocação central da coletânea é justamente essa: registrar, através das reflexões que o próprio Ianker produziu entre 2016 e 2020, a maneira como ele, originalmente um jovem de esquerda, passou a enxergar o socialismo – definido pelo estadista britânico Winston Churchill como “a filosofia do fracasso” (e daí vem o título do livro), “a crença na ignorância” e “a pregação da inveja” – como um dos principais inimigos a serem combatidos com firmeza e conteúdo pelos amantes da ordem liberal.

A Filosofia do Fracasso, além de meu texto de contracapa, conta com um prefácio do jornalista Diego Casagrande, um brilhante profissional e um amigo que temos o prazer de compartilhar, endossando, sobretudo, a coragem de Ianker, que não se dobra a pressões de “manadas” ou patrulhas de qualquer tipo quando expõe seus posicionamentos; um prólogo de Rodrigo Constantino, que destaca em Ianker “grande preocupação com a busca da verdade, com os fatos e com um sentimento patriótico de quem deseja o avanço do nosso país, inspirando-se nos bons exemplos históricos”; e um longo posfácio do deputado Marcel van Hattem, que, tal como o autor, traz contornos adicionais à contextualização dos temas abordados dentro da realidade política brasileira dos últimos anos.

No posfácio de Marcel, merece destaque o corajoso elogio da polarização como “um passo na direção da pluralização da expressão de ideias na política” diante de uma hegemonia social democrata e esquerdista em geral no imaginário brasileiro da Nova República. O deputado deixa claro que essa fase deve, porém, ser atravessada e superada, para que “políticos, acadêmicos e jornalistas independentes ou que não se alinham de forma cega e acrítica a um ou a outro polo” sejam menos vistos “com certa, senão grande, desconfiança” e possam se fazer ouvir em meio à balbúrdia de fanáticos.

Socialismo, conservadorismo, liberalismo, a Operação Lava Jato e a natureza do próprio ofício jornalístico são os temas que mais aparecem nos artigos de Ianker selecionados para este projeto editorial. Contudo, dois outros temas sensivelmente se repetem. Um deles é o debate sobre a classificação ideológica do “nazismo” – para Ianker, o nazismo consistiu em uma ideologia ou regime de esquerda; ainda que eu esteja aberto para a elasticidade conceitual dos termos “direita” e “esquerda” e para diferentes entendimentos a respeito, o que é mais importante, e o autor não descuida disso, é demonstrar que o nacional socialismo era uma ideologia totalitária, tal como o marxismo-leninismo, de modo que se afasta fundamentalmente do liberalismo e do conservadorismo, aproximando-se muito mais de seus habituais adversários vermelhos. O outro tema é a questão do sistema parlamentarista, de que Ianker faz um detalhado estudo, revelando esforço jornalístico por consultar especialistas e grandes vozes sobre o assunto.

Agradeço a Ianker por me dar o privilégio de registrar alguns comentários na contracapa de seu trabalho e recomendo sua obra para quem deseja recobrar a esperança, bastante agredida pelas estultices recentes, no despontar de profissionais da imprensa realmente dedicados a respeitar o ofício que exercem.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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