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A esquerda brasileira não aprendeu a lição?

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Costuma-se dizer da monarquia restaurada na França, após Napoleão e Revolução Francesa, que ela não viu nada e não aprendeu nada. O mesmo pode ser dito da esquerda brasileira e a sua insistência com o Lula.

Bolsonaro não foi o líder de um movimento antipetista; houve um grande movimento antipetista, e o Bolsonaro foi o nome que este movimento decidiu coroar. Havia um descontentamento muito grande não só com a corrupção, mas também com um verdadeiro modelo econômico desastroso que caracterizou toda a era PT: completo descontrole dos gastos públicos e inflação baixa induzida em conjunto com juros baixos para promover o consumo. Estas políticas foram seguidas à risca tanto nos governos Lula como Dilma, como uma bomba-relógio de ação lenta que explodiu no colo da presidente já no início do seu segundo mandato. A crise econômica, lembre-se, não começou com a pandemia.

Num primeiro momento da sua administração, Bolsonaro assumiu o discurso do combate à corrupção, da austeridade com os gastos públicos e do firme controle à inflação. Mas a pandemia e, mesmo antes desta, vários episódios de disputas entre as diversas facções dentro do governo fizeram a figura dele se dissociar destas bandeiras que o elegeram e que, uma vez, se identificavam com ele.

O controle da inflação, dos gastos públicos e o combate à corrupção são políticas que, embora não exclusivas da direita no restante do mundo, aqui no Brasil, foram promovidas por ela.

A terceira via anda claudicante não só pela polarização radical dos dois principais candidatos, mas também porque nenhum outro presidenciável conseguiu associar o seu nome a todas essas bandeiras.

O ex-presidente Lula volta a se lançar candidato sobretudo por conta do desgaste do governo Bolsonaro. Lula se apresenta como o anti-bolsonaro tanto como Bolsonaro foi, nas eleições passadas, o anti-lula. Talvez consiga se eleger em sendo o contrário do Bolsonaro, mas, para manter a governabilidade, ele terá de assumir bandeiras que nunca implementou e sempre detestou.

Teria a monarquia absolutista aprendido a lição? Desconfio que não.

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Paulo Emílio Borges de Macedo

Paulo Emílio Borges de Macedo

É Professor na UFRJ. Estudou Direito internacional no Curso de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina.

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