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A espionagem americana ao Brasil tem lógica

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JOÃO LUIZ MAUAD*

Depois que a revista “The Economist” e o jornal “Financial Times” finalmente constataram as mazelas da política econômica do governo petista, agora foi a vez do “Wall Street Journal”, através da excelente Mary Anastasia O’Grady, desnudar a política externa dos petistas.

Em artigo publicado no dia 5, O’Grady comenta as reações histriônicas de Dilma às notícias sobre a espionagem da NSA.  Seguem alguns trechos desta coluna lapidar:

Líderes europeus mostraram-se altamente ofendidos quando se revelou que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, espionou a eles e ao seu continente. Disseram estar chocados, embora desde então tenha se tornado evidente que a maior parte do clamor foi puro teatro.

Não há, no entanto, nenhum lugar em que a indignação fingida tenha sido mais insincera do que no Brasil, que também foi alvo de espionagem. A presidente brasileira, Dilma Rousseff, afirmou que a espionagem é uma violação dos direitos humanos. Ela propõe que a Organização das Nações Unidas (ONU) adote “um papel de liderança” na regulamentação da internet. Não riam.

Os países europeus, pelo menos, podem argumentar que são aliados dos EUA. Mas os melhores amigos do Brasil sob o Partido dos Trabalhadores, de Rousseff e de seu antecessor Lula da Silva, são Cuba, Irã e Venezuela. Se os espiões não tiverem prestado atenção ao Brasil, então eles não são muito bons. 

(…)

Alguns dos países menos livres do mundo, não coincidentemente, são os sócios mais importantes da política externa da presidente Rousseff. Em setembro, em uma coluna do “Miami Herald” intitulada “Por que espiamos o Brasil”, o escritor, nascido em Cuba, Carlos Alberto Montaner, transcreveu uma conversa com um embaixador americano, não identificado. O diplomata explicou: “Os amigos de Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores são inimigos dos Estados Unidos: a Venezuela chavista, primeiro com [Hugo] Chávez e agora com [Nicolás] Maduro; a Cuba de Raúl Castro; o Irã; a Bolívia de Evo Morales; a Líbia, na época de Gadafi; a Síria de Bashar Assad.”

A relação brasileira com Cuba é especialmente perturbadora. Em vez de mostrar solidariedade com as vítimas da opressão de Cuba, o diplomata disse que o “ex-presidente Lula da Silva leva investidores para a ilha para fortalecer a ditadura dos Castro”. “O dinheiro investido pelos brasileiros no superporto de Mariel, perto de Havana, é estimado em US$ 1 bilhão”.

(…)

A espionagem dos EUA é, portanto, lógica, embora não seja difícil perceber por que Rousseff quer elevar o quociente de indignação. Sob a liderança de seu partido desde 2002, o país passou de uma estrela em ascensão para algo que nunca se concretizou. A economia do Brasil cresce a um ritmo anêmico para um país em desenvolvimento que precisa tirar pessoas da pobreza.

O analista John Welch, da CIBC Macro Strategy Research, destacou na semana passada que os alertas das agências avaliadoras de risco de crédito quanto a iminentes rebaixamentos nos títulos brasileiros são baseados na deterioração das contas fiscais e no aumento das dívidas e inflação.

O vazamento da NSA é, portanto, útil. Tendo estragado a chance de se tornar um nome econômico sério nos mercados internacionais em um futuro próximo, o governo do Brasil age como se sua relevância internacional dependesse de projetar a imagem do país como um dos “bad boys” da América do Sul.

Parece ser um plano do Partido dos Trabalhadores — e um bom motivo para a NSA continuar alerta.

*ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

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