A Delta e a relação custo/benefício
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
É grande o risco da CPI de Carlinhos Cachoeira, idealizado por Lulla com o objetivo de atingir Marconi Perillo, governador de Goiás, acabar espirrando nele, Lulla, e em Dilma. Parece impossível apurar as irregularidades cometidas por Perillo sem passar pela Delta.
Ora, a construtora de Cachoeira e Fernando Cavendish foi uma “criação” do governo passado e, de maneira especial, do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento – cuja maternidade foi atribuída por Lulla à atual presidente. O berço da Delta foi um berço federal, posteriormente estadualizado e municipalizado.
A Delta foi intencionalmente declarada “grande empreiteira” graças à sua atuação no PAC, beneficiada que foi por seu Pai e sua Mãe. Pretender que a CPI do Cachoeira evite atalhos, caminhos e avenidas abertas pela Delta é tarefa impossível, mesmo considerando a maioria governamental que administra a citada CPI.
Justificam-se os temores e as decisões da presidência do BNDES e a tentativa de usar a JBS, frigorífico beneficiado por empréstimos subsidiados e capital próprio do Banco, em sua estrutura acionária. Seria estranho o interesse de um grande frigorífico em uma empreiteira envolvida em escândalos de corrupção em escalas variadas.
Acho que o mercurialismo de Lulla pode acabar lhe fazendo mal, embora todo o Governo e os políticos tenham a tendência a martirizá-lo. O PT, o Governo e seus aliados – que só esperavam benesses da CPI – vão ter que pagar seus custos. Tenho dúvidas de que a relação custo/benefício da CPI seja tão agradável quanto lhes apeteceria.