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A culpa é dos CEOs?

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Mesmo com o Great Reset e o seu bondoso capitalismo das partes interessadas, o poder e os salários dos CEOs são agora outras dignas falácias do espantalho. Afirma-se que eles recebem salários e benefícios desproporcionais e que possuem um poder “ilimitado” para atuarem como quiserem, tomando decisões em suas empresas que vão desde prejudicar o meio-ambiente até acionar iniciativas ao bel-prazer, fruto dos seus egos e apetites econômicos, que estragam a vida em sociedade. A governança corporativa não deixa a coisa rolar tão livremente assim…

O aclamado economista Daron Acemoglu afirma que há um consenso crescente de que maximizar o valor do acionista não deve ser o único objetivo de uma corporação. A moda ESG veio intensa! Continuo afirmando que o objetivo da empresa é a satisfação das necessidades dos consumidores a fim de maximizar seu lucro.

Tendo a concordar em que uma série de iniciativas organizacionais ligadas à filantropia e à inclusão busca verdadeiramente comunicar virtudes – muitas vezes falsas -, além de formas veladas de tráfico de influência. Acemoglu enxerga que as restrições legais e institucionais aos altos executivos precisam ser fortalecidas.

Diz ele que não deve ser opcional a redução da pegada de carbono e que é urgente redirecionar a mudança tecnológica, afastando as corporações da automação incessante. Isso “não deve ser deixado para a boa vontade de CEOs interessados ​​em si mesmos”.

Em síntese, Acemoglu crê em que mais intervenção estatal é necessária para “resolver” tais questões. Bem, ele parte de uma premissa de que todos os CEOs são desonestos e interesseiros. A meu juízo, homens de negócios ganham dinheiro porque sabem como usar dinheiro e recursos para criar mais dinheiro e recursos.

CEOs são muito bem remunerados porque possuem habilidades e competências raras e diferenciadas. São as empresas que decidem salários baseados na capacidade de CEOs aumentarem suas rentabilidades, criando e ofertando produtos, serviços e experiências que melhoram a vida em sociedade e resolvem problemas a preços cada vez menores.

Com relação ao meio-ambiente, eu não gostaria de viver num mundo primitivo. Parece-me que a chave para o desenvolvimento econômico sustentável (conceito bastante controverso) é o avanço tecnológico. São os CEOs competentes e criativos e suas equipes que descobrem as inovações que melhor solucionam os problemas, inclusive ambientais.

Com a interrupção do crescimento econômico, certamente seria mais difícil melhorar as condições ambientais e mais ainda declinar o nível de bem-estar humano, que em muitos locais ainda se encontra em condições precárias. Penso que, neste tema, também há a básica relação entre custos e benefícios.

Será que uma turma de economistas não enxerga que o que reduz os salários dos trabalhadores e a lucratividade das empresas são a intervenção e a regulação estatais, impondo o que as empresas podem ou não podem fazer? Não enxergam que o aumento de impostos prejudica a todos, especialmente aos mais pobres?

Quanto mais o governo intervém na economia, retirando a autonomia e a liberdade das empresas, e aumentando seus custos de conformidade e os custos de transação com a burocracia, crescem os incentivos para a formação de grupos de interesse que irão influenciar na mudança de legislação, o popular lobby. Penso ser escassa a visão microeconômica; um CEO só será bem-sucedido se conseguir satisfazer às demandas dos seus clientes melhor do que seus concorrentes.

Como é difícil enxergar o óbvio. O juiz do desempenho do CEO e da respectiva organização é o cliente, não o governo! Não, Sr. Acemoglu, a solução dos problemas parte dos talentosos CEOs e de seus processos de destruição criativa, que melhoram a vida em sociedade. Não, Sr. Acemoglu, eu não acredito em que somente os governos podem dirigir melhor os assuntos humanos, baseado nos fatos e dados da história.

Acho que o cerne do problema está justamente no agigantamento do Estado e sua ineficaz, e cada vez maior, intervenção estatal nos mercados.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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