Revista Banco de Ideias 36
Destaque
O Governo Lula e os “Movimentos Sociais”, Ricardo Vélez Rodriguez
Emprego
Os Nossos Filhos Querem ser Funcionários Públicos, André Andrade
Entrevista
O Brasil e a Reforma Agrária, Entrevista com Xico Graziano
Matéria de Capa
O Problema do INSS é o Governo, José L. Carvalho
Especial
O Bom, o Mau e o Feio, Uma visão liberal do fato
Internacional
O Salário Mínimo Diminui a Pobreza?, James Sherk
Livros
Polemos – uma análise crítica do Darwinismo, Meira Penna – por Roberto Fendt
Notas
Supersimples
Clássicos Liberais
Leviatã, Thomas Hobbes por Roberto Fendt
Editorial
Estamos há pouco mais de um mês para as eleições. Vamos eleger (ou reeleger) o Presidente da República, a Câmara de Deputados, o Senado Federal e governadores para todos os estados brasileiros. O ciclo que estará se encerrando no último dia de 2006 é extremamente triste e preocupante. Mais de 20% dos parlamentares foram envolvidos e denunciados por comissões parlamentares de inquérito. Apesar de condenados pelo Conselho de Ética da Câmara, inúmeros deputados estão concorrendo à reeleição, com grandes riscos de serem reconduzidos. Afinal, isto é um problema de memória do eleitor ou se trata mesmo de aceitar a corrupção como um componente normal da política brasileira?
Em entrevista concedida a esta revista, o deputado Xico Graziano avalia a reforma agrária que, nos anos 70, tinha, do ponto de vista econômico, justificativas que hoje não tem. Analisa soluções para o problema do excesso de população no campo, ao contrário do que ocorre com as outras potências agrícolas mundiais. Acredita que a solução não mais pode ser dada através de uma migração para as grandes cidades, hoje sitiadas por favelas.

O artigo assinado pelo professor Ricardo Vélez Rodriguez avalia os problemas criados pelo governo Lula com o apoio político e financeiro que dá ao MST, definido pelo autor, como uma estratégia de resistência ao capitalismo. O MST prega uma forma de associação caracterizada como um cooperativismo alternativo ao modelo econômico capitalista, de inspiração maoísta. O candidato Lula pende para os denominados “movimentos sociais”, que são, na verdade, “movimentos anti-sociais” pelo desprezo que devotam às instituições do Estado de Direito. A associação entre o MST e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) não é desconhecida. Além do Governo Federal, governos estaduais passaram a apoiar o MST, estabelecendo vínculos diretos entre esse Movimento e o PT.
A matéria de capa desta edição é o trabalho do professor e economista José L. Carvalho, sobre a Previdência Social no Brasil. Na verdade, diz o articulista, a Previdência não é um problema do Brasil, o Estado é que é o problema da Previdência. As generosas aposentadorias e pensões concedidas a funcionários públicos e militares é uma carga insuportavelmente elevada para um regime que mistura benefícios sociais com outros só encontráveis em fundos de capitalização. Esta é uma das razões (e não a menor) que está induzindo nossos filhos a se transformarem em funcionários públicos. Os funcionários públicos, desde a origem (18 a 26 anos), informa o prof. André Andrade, ganham maiores salários que a iniciativa privada para qualificações semelhantes. Induzir os jovens a entrar no serviço público dessa forma é minar eventuais talentos para o empreendedorismo.
Em interessante artigo, James Sherk avalia os efeitos do salário mínimo sobre a pobreza nos Estados Unidos. Vale a pena estudar a questão no Brasil.
Esta edição é completada com a seção o Bom, o Mau e o Feio, e com a crítica de Polemos, livro do reputado filósofo e embaixador José Osvaldo de Meira Penna.
Acompanham ainda esta 36ª edição o Sumário do livro Leviatã, de Thomas Hobbes, e Notas, que dá suporte ao Projeto de Lei nº 123, conhecido como “Supersimples”.