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Golaço!

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Colaboradores

14.03.06

 

Golaço!

 

___ Rodrigo Constantino

 

“Pretender que a empresa tenha uma ‘função social’ outra que produzir melhor e mais barato

o que os consumidores desejam é não só um paradoxo: é uma farsa.” (Donald Stewart Jr)

 

Quase simultaneamente, saiu tanto a lista nova dos bilionários da Forbes quanto o resultado de 2005 da Gol. A família Constantino, acionista majoritária da empresa e infelizmente sem grau de parentesco comigo, emplacou quatro membros de uma só vez no time dos indivíduos com mais de um bilhão de dólares de patrimônio. Por outro lado, a Gol apresentou lucro acima dos R$ 400 milhões, um crescimento espetacular vis-à-vis o ano anterior.

A Gol representa um caso clássico do sucesso do empreendedorismo. Mesmo com as barreiras de um país muito pouco liberal, exemplificado pela forte concentração de poder no DAC, órgão estatal que cuida do setor no qual a Gol atua, a empresa foi capaz de sair do nada e chegar a quase 30% de fatia de mercado em poucos anos. Realizou tal feito por ser mais eficiente na prestação de serviço e criar valor para os consumidores. Foram cerca de 13 milhões de pessoas transportadas pela Gol em 2005. As tarifas são menores e isso permite economia por parte dos clientes. Tem promoção de até R$ 50 por passagem, permitindo que gente que nunca voou possa fazê-lo. Há uma criação de riqueza no processo graças à iniciativa do empreendedor.

Alguns, normalmente vítimas da visão marxista, dirão que há um exploração do capitalista, que se apropria da “mais-valia”. Mas isso é uma enorme falácia. Ora, não havia Gol até poucos anos atrás. Qualquer empresa poderia se aventurar no setor conforme certas exigências. A Varig, ineficiente como uma estatal, vinha deixando espaços a serem ocupados. Constantino vislumbrou tal oportunidade e se articulou para organizar o empreendimento, que necessita de capital, capacidade administrativa, coragem, conhecimento etc. O resultado foi uma nova empresa agradando mais os consumidores, criando valor para eles através de preços menores. A retribuição para o sujeito que tornou isso tudo capaz foi o ticket de entrada no rol dos bilionários da Forbes. Nada mais justo. Não há exploração alguma.

Outros reclamam da concentração de renda. Mas isso parte da premissa absurda de riqueza estática, como se bastasse decidir como esta será dividida. Falso. A riqueza é constantemente criada. E se for criada através do livre mercado, com trocas voluntárias, é justo que aquele que possibilitou sua criação receba boa parte dos seus frutos. Será que o bilhão de Constantino é muito se comparado ao valor criado para os consumidores por sua empresa? Tirar seu bilhão e distribuir criaria apenas mais um miserável e não teríamos a Gol ou novas empresas essenciais para os consumidores. Riqueza nova não seria mais criada e o mundo seria todo igualmente miserável. Basta entender que riqueza não é algo finito e estático, para se admirar tais empreendedores. Concentração em si não é um mal. Quantos são como o Pelé no futebol? Ou como Einstein na física? Indivíduos ilustres sempre beneficiaram as massas.

Pensar diferente é ser invejoso ou não entender nada sobre o funcionamento dos mercados. Inveja é um sentimento mesquinho e terrível, que não leva a nada. Ignorância tem cura, através do conhecimento. Portanto, não há motivo algum para alguém honesto intelectualmente condenar o bilhão de Constantino. Ele é merecido. Não foi tirado à força de ninguém, como ocorre com os impostos. Foi fruto de um golaço!

* Economista, autor do livro “Estrela Cadente: as contradições e trapalhadas do PT”.


 

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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