Sobre o atentado contra Donald Trump

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Além de comentários pavorosos de “especialistas” e manchetes desqualificadas, tivemos um editorial lamentável do Estadão afirmando que o atentado contra o candidato e ex-presidente dos EUA Donald Trump “representa uma dramática escalada da violência política que tem marcado os EUA” desde que ele “incitou a invasão do Capitólio no 6 de janeiro”. Trump seria, segundo o jornal, o “grande responsável pela radicalização” que levou a esse resultado. Como de praxe, não há nenhuma palavra em referência ao fato de que a esquerda americana o condenou como um avatar de Hitler ou Satanás desde pelo menos sua primeira campanha eleitoral – alias, em 1964, na campanha de Barry Goldwater, seus adversários já haviam adotado prática semelhante.

Atentados contra presidentes não são também exatamente novidade nos EUA; por algum motivo estranho, as pessoas parecem achar que tudo que acontece agora é uma absoluta inovação.

Em contrapartida, diferentes vozes da direita, com razão, apontam a desumanização que a esquerda faz constantemente de todos nós – e aqui posso dizer com a boca cheia (ou os dedos cheios) TODOS NÓS, porque não importa se é trumpista, paleoconservador, neoconservador, libertário, tradicionalista, nacional-populista, bolsonarista, liberal clássico, anarcocapitalista, eleitor do NOVO. TODOS SOMOS DEMÔNIOS DE EXTREMA DIREITA. Não tem exceção para essa gente.

Mesmo assim, acho importante enfatizar o seguinte: minha convicção pessoal é de que todos, independentemente de nossas posições políticas, somos absolutamente – e sempre INDIVIDUALMENTE – responsáveis por tudo que dizemos e pela influência que causamos sobre os outros.

Porém, a não ser que estejamos formulando ameaças de morte, oferecendo um risco iminente, planejando a realização concreta de crimes contra os bens ou a vida dos outros e tenhamos realizado efetiva calúnia que mereça tratamento proporcional a posteriori (direito de resposta, por exemplo), o julgamento que teremos por essa responsabilidade pertence a dois juízes: a opinião pública e Deus.

Os únicos efetivos responsáveis pelo atentado contra Donald Trump são o atirador e, se houver, quem o tiver ou tivesse planejado com ele. Ninguém mais.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, conselheiro de diversas organizações liberais brasileiras, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 11 livros.

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