Chavismo acusa supermercados de quererem ficar mais pobres
BERNARDO SANTORO*
Até onde vai a mania de perseguição de um estatista? O Presidente da Venezuela Nicolas Maduro acusou supermercados de causar filas de maneira proposital apenas para gerar mais descontentamento para a população.
Agora vamos interpretar o que ele está dizendo.
A primeira coisa que ele disse é que o mundo gira em torno dele, afinal, para que os donos de supermercados vão viver a sua própria vida se eles podem, ao invés disso, viver para atazanar o Presidente? Isso não faz o menor sentido, convenhamos.
A segunda coisa que ele disse é que o dono do supermercado quer ficar mais pobre. Porque grandes filas significam exatamente isso: menos pessoas passando no caixa por hora é menos produtos sendo vendidos e, portanto, menor lucro pro vendedor. E de onde veio essa teoria maluca de que o mercado iria querer vender menos?
Eu respondo: do estado. Acontece que, para o estado, o consumo do bem público que ele dispõe é um prejuízo para ele, já que ele não tem um pagamento em retorno. Quanto mais crianças usando educação e saúde, mais pobre o estado fica, pois a entrada é fixa (imposto). Só que eu vou contar uma novidade pro Maduro: o mercado não funciona assim. Precisa vender, de maneira voluntária, para lucrar.
Então fique tranquilo que não é nada pessoal, Sr. Presidente.
Por fim, ele vai invadir os mercados e substituir os donos dos mercados por membros da milícia bolivariana. Isso é que é “democracia popular”?
O grande problema da democracia popular é que algumas parcelas do povo são mais populares que outras. O resultado disso é sempre fome, miséria e opressão.
A ditadura na Venezuela já amadureceu.
*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL