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Instituto Liberal co-organiza evento de lançamento de livro sobre Roberto Campos

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O Instituto Liberal atuou nesta quinta-feira (14) na co-organização de seu primeiro evento em 2019. Foi o lançamento no Rio de Janeiro do livro A Constituição contra o Brasil: Ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 88, da LVM Editora. Além da própria editora, o Instituto Mises Brasil e a Livraria da Travessa do Shopping Leblon foram parceiras na realização.

O evento contou com explanações do organizador do livro, o diplomata Paulo Roberto de Almeida; do professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ Christian Lynch; do editor da LVM Alex Catharino e do diretor-presidente do Instituto Liberal, Lucas Berlanza. O auditório estava cheio e, além do diretor jurídico do IL, Maurício Martins, foram registradas as presenças de parlamentares e representantes de diversos movimentos liberais do estado, como o Students For Liberty Brasil local, o UFRJ Livre e o Movimento Brasil Livre.

O organizador

O primeiro a falar foi o próprio diplomata, que explicou a obra como uma espécie de sequência de seu livro anterior, O homem que pensou o Brasil. Desta vez, embora a introdução e um texto posterior ao corpo do livro sejam dois ensaios do diplomata, o trabalho é um conjunto dos artigos publicados pelo icônico liberal brasileiro Roberto Campos durante a feitura da Constituição de 1988 e após a conclusão do processo constituinte, contestando a “carta magna” da Nova República.

Almeida ressaltou sua conversão de militante de esquerda para entusiasta e divulgador de Campos. “Eu me considerava um opositor de Roberto Campos na minha juventude marxista”, disse. No entanto, segundo ele, discordando do economista Gustavo Franco, que atribui esse rótulo ao Plano Real, o diplomata acredita que talvez o Plano de Ação Econômica Governamental de Campos no governo Castelo Branco seja o maior plano econômico da história do Brasil.

“A Constituição é esquizofrênica do ponto de vista econômico” e “os pecados cometidos contra o Brasil durante a feitura da Constituição são eventualmente maiores do que os pecados centralizadores, dirigistas, cometidos durante o regime militar, porque a Constituição (foi) feita ao sabor daquele entusiasmo pré-queda do muro de Berlim, como se a palavra impressa ou os direitos positivos pudessem sanar as dificuldades”, sintetizou.

O professor Christian Lynch 

O cientista político Christian Lynch, do IESP-UERJ, expressou sua concepção de que a interpretação social de Roberto Campos acerca do Brasil e do constitucionalismo está bastante alijada da academia e merece ser resgatada. “Ele era uma espécie de voz solitária na época, porque realmente estava contra a corrente”, introduziu Lynch. “O que você tinha na Constituição era uma espécie de uma explosão de uma demanda reprimida durante o regime militar por justiça social, igualdade, e eu acho que o Roberto Campos não percebia isso no começo”, ele diagnosticou, pontuando que o ex-ministro e político mato-grossense foi se irritando progressivamente ao longo do processo constituinte.

Lynch afirmou que a hegemonia que predominou no Brasil durante a Nova República foi a da aliança entre uma espécie de liberalismo de esquerda, da estirpe de Raymundo Faoro, e o socialismo, e o desgaste dessa aliança permite que nomes como Campos sejam presentemente resgatados. Essa aliança “não resolveu certos problemas, porque talvez não estivesse no DNA dessas correntes. Daí esse retorno triunfal do Roberto Campos e a oportunidade do lançamento desse livro”.

Palavras do diretor do IL

O diretor-presidente do Instituto Liberal iniciou sua fala citando as críticas de Roberto Campos ao mandado de injunção, enxergado por ele como uma forma de intervenção do Judiciário nas atribuições do Legislativo, aproveitando o gancho da notícia de que os mandados do PPS e da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais para tentar fazer com que o STF formalizasse a criminalização da homofobia entraram em julgamento.

Para Lucas Berlanza, “é muito triste” que os textos de Roberto Campos estejam sendo resgatados como mais do que grandes documentos históricos e sim porque a maior parte dos problemas abordados permaneça atual. Ele também comentou que os liberais contemporâneos são um pouco injustos na avaliação da obra de Campos, deixando de reconhecer suas qualidades dentro do contexto de sua época. Ele ressaltou os principais argumentos de Roberto Campos contra a ânsia pelos “novidadismos” como transformadores da vida brasileira e aquilo que o mato-grossense chamou de “constitucionalite” – uma espécie de obsessão em pregar a necessidade, no fim dos anos 80, de uma nova Constituição, em vez de apenas uma revisão da Constituição de 1967.

O editor Alex Catharino

Catharino discursou brevemente, citando a opinião do historiador e cientista social Antonio Paim, em sua obra História do Liberalismo Brasileiro, sobre a obra de Roberto Campos. “Desde a época do Império, um dos grandes temas dos liberais é a modernização, e mais uma vez o Brasil está diante disso. (…) Sempre as nossas gerações liberais (estão) tentando harmonizar a preservação das nossas tradições nacionais, que merecem ser mantidas, com as necessidades de modernização”, refletiu.

Abaixo, a transmissão ao vivo completa via Facebook:

Transmissão ao vivo do evento "A Constituição contra o Brasil: Ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988", co-organizado pelo Instituto Liberal. Para adquirir o livro, clique: https://amzn.to/2N5vlj7

Posted by Instituto Liberal on Thursday, February 14, 2019

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