Trigésimo terceiro mês do NFL: Fundadores do IL
O Instituto Liberal, o Instituto Libercracia, o Instituto Liberal do Nordeste, o Instituto de Formação de Líderes-Goiânia e o Instituto de Formação de Líderes-Brasília, em parceria, utilizando as ferramentas que as redes sociais nos proporcionam, organizam reuniões virtuais, integralmente abertas ao público, para debater textos dos mais importantes autores nacionais e internacionais dentro do espectro liberal. O nome do projeto é “Núcleo de Formação Liberal” (NFL).
A intenção do projeto é que os debates e reflexões se concentrem o mais exclusivamente possível na obra dos autores, para qualificar a formação do pensamento de nossos ativistas e lideranças nos diversos setores da sociedade. Todas as reuniões são baseadas em trechos ou capítulos de obras, previamente divulgados. Um ou dois relatores se encarregam de fazer uma explanação a respeito dos trechos selecionados, seguida de um debate com apontamentos dos representantes dos institutos responsáveis pela iniciativa e a participação do público.
Depois de Friedrich Hayek, Joaquim Nabuco, Edmund Burke, Roberto Campos, Ludwig von Mises, José Guilherme Merquior e Thomas Sowell (ao longo de 2020), além de um encontro de revisão em janeiro, estudamos em 2021 Ayn Rand, Antonio Paim, Murray Rothbard, Ubiratan Borges de Macedo, José Ortega y Gasset, José Osvaldo de Meira Penna, John Stuart Mill, Tavares Bastos, Milton Friedman e Rui Barbosa. Em 2022, foram abordados John Locke, Visconde do Uruguai, Adam Smith, Frei Caneca, Alexis de Tocqueville, Miguel Reale, Henry David Thoreau, a presença do liberalismo na Independência do Brasil e Hans-Hermann Hoppe e Eugênio Gudin. Iniciando a quarta temporada em 2023, estudamos os livros “Evolução Histórica do Liberalismo” e “História do Liberalismo Brasileiro”, os temas “Constitucionalismo” e “Positivismo” e Carlos Lacerda. Neste mês de julho, estudamos os Fundadores do Instituto Liberal, com foco em Donald Stewart Jr. (1931-1999) e Og Francisco Leme (1922-2004).
20/07 – O Que é o Liberalismo – 19h
O primeiro encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal) e Cedric Ayres (Instituto Liberal do Nordeste). Berlanza se encarregou da relatoria. O encontro estudou a vida e obra do empresário Donald Stewart Jr., que capitaneou a fundação do Instituto Liberal e presidiu por muitos anos seu Conselho de Mantenedores e sua Diretoria Executiva, expondo seu pensamento sobre o liberalismo com base no opúsculo O Que é o Liberalismo.
Ressaltou-se a visão de Donald do liberalismo como “uma doutrina política voltada para a melhoria das condições materiais do gênero humano” que procura reduzir a pobreza e as misérias materiais através da liberdade. Segundo esse pensamento, um sistema social que valoriza a liberdade “assegura uma maior produtividade de trabalho humano, sendo, portanto, do interesse de todos os habitantes do mundo”.
Esse sistema precisa estar baseado na defesa da propriedade privada e na defesa da paz e da tolerância, conjugando a liberdade econômica com a liberdade política de escolha das pessoas que exercerão as funções de governo. Como princípios gerais, Stewart destaca a igualdade perante a lei, a ausência de privilégios, o respeito aos direitos individuais, a responsabilidade individual, o respeito às minorias divergentes e a liberdade de entrada no mercado.
Discutiu-se a filosofia por detrás da fundação do IL, admitindo a pluralidade de vertentes liberais, e a ênfase de Donald na Escola Austríaca. Mencionou-se sua atração pela proposta hayekiana da demarquia e sua influência de Mises, mas também a defesa da política de vouchers, sustentada por Milton Friedman, da Escola de Chicago.
25/07 – Entre os Cupins e os Homens – 19h
O segundo encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal) e Alex Catharino, que se encarregou da relatoria. O tema foi a vida e obra do professor Og Francisco Leme, esteio intelectual do instituto, com base em seu opúsculo Entre os Cupins e os Homens.
O relator narrou diversos fatos de bastidores sobre sua extensa convivência com Og Leme, a quem vê como seu principal mentor. Ressaltou-se a ênfase do autor no ângulo sociológico de análise, sua extrema tolerância à diversidade e sua defesa de um liberalismo que, reconhecendo que a vida humana exige a liberdade e contestando os perigos do coletivismo tiranizante, não incorre em nenhum tipo de atomismo moral, sendo Leme muito crítico do Objetivismo e do anarcocapitalismo.
Enfatizou-se ainda sua defesa do Estado de Direito e da economia de mercado como as duas instituições mais importantes de uma ordem liberal, sua admiração pelas aulas de Direito de Miguel Reale, sua rejeição da demarquia hayekiana e sua ênfase no estudo dos adversários do liberalismo. Também se discutiu a evolução de sua concepção acerca da relação entre democracia e liberalismo.