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Vence quem fizer mais bandalha?

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Hoje eu escreveria sobre um assunto mais filosófico, mas não dá para não comentar a bizarra escolha de Aldemir Bendine para a presidência da Petrobras. Em um momento extremamente delicado da empresa, a Presidência da República resolve nomear um indivíduo que é investigado por usar sua posição como Presidente do Banco do Brasil para conceder empréstimos com favorecimento pessoal, em taxas abaixo da inflação, além de recair suspeitas de evasão fiscal, o que chegou a fazer com que Bendine chegasse a por o cargo  à disposição.

Não havia realmente ninguém na alta cúpula do poder em Brasília que tivesse um currículo limpo para assumir cargo tão importante? Uma única pessoa que fosse? Ou será que na verdade é justamente quem faz bandalha, ou pelo menos é acusado de fazer, que acaba sendo premiado nessa estranha corrida candanga por mais e maiores escândalos?

Outra pergunta que se faz pertinente: se o PSDB tivesse privatizado a Petrobras no fim da década de 90, esses escândalos estariam acontecendo hoje? Porque, se olharmos empresas como a Vale do Rio Doce, a CSN e a Embraer, vemos que, por mais que tais companhias apresentem pontuais falhas de gestão (como toda empresa apresenta), ainda assim não se ouve ou lê nada nessas empresas acerca de corrupção, e se existisse, seria um problema dos donos, e não um problema público. E ainda na hipótese da privatização, será que a Petrobras estaria fazendo sucessivos endividamentos, que já ultrapassam 250 bilhões de reais, ou estaria dando apenas lucro via royalties e tributos, sem o custo do aparelhamento político e do rent seeking?

Essa escolha reforça a ideia de que empresas públicas simplesmente não são pautadas por governança corporativa, meritocracia e metas econômicas. E que todas deveriam ser privatizadas, com consequente abertura do mercado em questão.

No mais, desejamos boa sorte à nova autoridade da Petrobras, mas provavelmente tudo continuará como está.

 

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

3 comentários em “Vence quem fizer mais bandalha?

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    07/02/2015 em 5:25 pm
    Permalink

    Exatamente isso.

    Mas também o governo brasileiro deveria abrir o mercado para competição.

  • Avatar
    07/02/2015 em 10:39 am
    Permalink

    Nem precisaria haver privatização, bastaria permitir concorrentes nas atividades da petrobras. Nada de imposição de preços, como ocorre na “concorrência” entre operadoras de celular, nem mesmo qualquer controle sobre ofertas ou meios de produção e distribuição.

    Fatalmente teríamos comustiveis e demais derivados bem mais baratos e de melhor qualidade. Quanto ao “orgulho brasileiro”, este iria falir estrondosamente, pois além da corrupção esta infestado de funcionários inúteis e incapazes que apenas assinam projetos tercerizados. Seus funças que passam anos fazendo cursos no exterior, vivendo como califas, teriam que desempenhar a função em vez de apenas assinar seus nomes, o que faz com que phds sejam apenas bons guias turisticos.

    Enfim, que se quebre o vergonhoso monopólio do “orgulho nacional” que só dá motivo para nos envergonharmos. …mas que a concorrência se faça em igualdade de condições com todos os dados disponíveis para comparações: o pagamento de tributos, despesa com pessoal, serviços contratados e etc..

    Afinal, fosse a petrobras um benefico para o tal de povo e não precisaria ser um monopólio que obriga todos a pagarem aquilo que exige se que haja outra possibilidade. Aliás, ESCRAVIDÃO é exatamente a situação onde alguém controla as opções dos, ENTÃO, ESCRAVOS. Afinal, ao escravo não é permitido escolher entre TODAS as OPÇÕES NATURAIS, mas apenas ENTRE AS OPÇÕES que o SEU SENHOR lhe permite escolher.
    Assim, a SERVIDÃO da população à hierarquia estatal se comprova. Afinal o Estado decide as opções disponíveis para seus SERVOS.

    Se uma estatal fosse boa para a população ela não precisaria de um monopólio forçado. Ela simplesmente ofereceria bons produtos a bons preços, já que livre da ganância dos malvados empresários.

    Ou seja, se MONOPÓLIO FORÇADO fosse benéfico para o tal de povo, ele seria totalmente desnecessário.

Fechado para comentários.

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