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Utilitarismo e liberdade não combinam

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O que pensar dos espetáculos de entretenimento que aconteciam na época do Império Romano, em que gladiadores eram expostos às lutas vorazes entre si ou contra animais selvagens, sem opção de escolha, e que, em geral, os levavam à morte, apenas para alegrar os espectadores?

Jeremy Bentham, defensor do utilitarismo como forma de coletivismo e bem estar social, defenderia essa prática. Segundo ele, a comunidade é um corpo fictício formado pela soma dos indivíduos e o bem-estar coletivo deve estar acima, mesmo que, para isso, uma minoria sofra as consequências. Bentham chega a esse princípio pela seguinte linha de raciocínio: todos somos governados pelos sentimentos de dor e prazer e os conceitos de certo ou errado advêm deles.

De fato, o exemplo acima não deixa dúvidas de que hoje tal ato seria inconcebível: expor um ser humano à morte para felicidade do público. Apesar de ser um caso extremo, traz à luz como as práticas coletivistas podem usurpar os direitos individuais e tornar míope o que é bem-estar geral. O que é bom para você também é bom para mim?

O indivíduo é formado por vieses distintos que perpassam suas experiências, origem, educação e suas capacidades, sendo impossível definir e padronizar algo que seja unanimidade de escolha. Logo, a prática utilitarista promove o coletivo, mas não equaliza a felicidade. Qual seria o ponto de ruptura entre o interesse coletivo e o individual?

A resposta está na liberdade. A sociedade, a qual permite que o bem maior seja a única forma de trazer felicidade ao cidadão, fere o direito individual de que todos os cidadãos possam ser plenos na sua particularidade, infringindo a sua autonomia e liberdade de escolha.

Para os liberais, uma sociedade chegará à máxima felicidade quando cada indivíduo consegue obter prazer pelas suas próprias escolhas, independente dos desígnios alheios. Nesse item, o respaldo se faz pela responsabilidade individual e social, pois, dessa forma, os limites entre o meu direito e o seu estarão respeitados.

Enfim, seja para as minorias ou maiorias, o que importa no fim é que a sociedade conviva em respeito mútuo, em cooperação voluntária a fim de garantir os direitos de cada um, sem reprimir as liberdades e, dessa forma, gerar o benefício individual e a prosperidade.

Sendo assim, a sociedade que força seus membros a adotar determinadas práticas está sujeita ao conformismo, privando o indivíduo da energia e vitalidade, drenando seu otimismo, a sua autonomia e a sua criatividade, aspectos imprescindíveis para o cidadão gerar riqueza e progresso. Aquele que se aprisiona na opinião alheia tende ao fracasso, ao tédio e à estagnação, haja vista que não usufrui do benefício assim como o outro usufruirá.

*Artigo publicado originalmente no site do Instituto Líderes do Amanhã por Rachel Campagnaro Carminati.

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