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Um Brasil em overdose de PT

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lula-bebumA Presidente Dilma concedeu entrevista na tarde de ontem e, entre algumas orações sem nenhum sentido, daquelas que ela adora falar, tais como “por trás de todas as crianças tem a figura oculta do cachorro”, “os bodes são importantíssimos” ou “a pasta de dente que sai do dentifrício”, ela acabou soltando algumas que merecem reflexão:

É possível que a gente possa ter até cometido algum (erro de dosagem). Agora, qual foi o erro de dosagem que nós cometemos? Nós gostaríamos muito que houvesse uma melhoria econômica de emprego e de renda. Tem gente que acha que a gente devia ter deixado algumas empresas quebrarem e muitos trabalhadores se desempregarem. Eu tendo achar que isto era um custo muito grande para o país. Agora, que é possível discutir se podia ser um pouco mais ou um pouco menos, é possível discutir. Agora, isto não explica porque que nós estamos nessa situação. O que explica o porque que nós estamos nessa situação é um fato constatável, a economia não reagiu. Ninguém pode negar que nós fizemos de tudo para a economia reagir, ninguém pode negar esse fato. Podem falar o seguinte: então era melhor deixar quebrar, deixar quebrar? Eu não acredito nisso – afirmou a presidente.

O discurso da Presidente está totalmente de acordo com a visão keynesiana defendida por ela, e exposta aqui na semana passada, onde a Presidente defende que o Governo deve ter uma função interventora na economia de cunho anticíclico, impedindo o fluxo natural do mercado, que é justamente a de otimização das informações sociais e distribuição descentralizada e eficiente de bens e serviços.

Como também já explicado, essa fórmula de aumento de gastos para impedir a recessão funciona apenas por um tempo, e tende a gerar uma recessão ainda maior no futuro. Uma grande retração nos investimentos significa que maus investimentos foram feitos durante muito tempo e precisam ser liquidados para que a economia possa funcionar em bases melhores. É como um antibiótico que maltrata um pouco o corpo mas mata a doença, sendo necessário.

Por outro lado, o remédio keynesiano na verdade é apenas um analgésico, que disfarça a dor, enquanto a origem da doença continua a crescer, e quando o efeito passa a doença está ainda mais forte. Quando o keynesiano trata a recessão com aumento dos gastos, ele está apenas forçando o pouco consumo de poupança ainda existente na economia, acabando com qualquer reserva para investimentos de longo prazo, o que comprometerá o aumento da produtividade tão necessário para o aumento da riqueza social.

E esse remédio é tão frágil que, após seu uso contínuo, o corpo deixa de se sensibilizar com sua presença, como uma verdadeira droga que passa a cada vez gerar menos efeito no viciado, sendo consumido em mais altas doses para surtir o efeito desejado e levando a uma eventual overdose.

Quando a Presidente indaga se deveríamos deixar algumas empresas quebrarem, o certo seria sim. Empresas ineficientes quebram justamente para que os recursos sociais sejam melhor empregados pelos agentes mais eficientes, criando aumento de riqueza em longo prazo. E dar ao Governo, seja ele de que filosofia politica for, o poder de salvar ou não empresas, é a garantia de corrupção em larga escala e venda de favores. Quando se fala em PT, essa realidade fica ainda mais cruel e profunda.

A constatação final é que realmente o Governo fez de tudo para a economia reagir. Eu concedo isso à Presidente e concordo com ela. Mas esse foi justamente o problema. Quando um Governo faz de tudo, e de tudo mesmo, desde obras públicas até injeção direta de capital em empresas, para salvar uma economia capenga, isso na verdade se torna a origem de um problema muito maior, que é a valorização e o apego ao desperdício e às práticas administrativas temerárias, tanto no setor público quanto no privado. Se o Governo nada tivesse feito, que não fosse o que governos devem fazer, que é estabilidade jurídica e segurança na execução de contratos, estaríamos em situação bem melhor. A catástrofe econômica que vivemos é consequência direta dos atos do PT nos últimos doze anos.

Nesse momento em que o Brasil está viciado em gasto público, o Governo, que não aprende com seus erros, propõe um ajuste fiscal inócuo que não mexe na farra do BNDES e do Banco Central e ainda aumenta impostos. Eu quase consigo ouvir a famosa música na voz da Presidente: “mais uma dose/ é claro que eu tô afim/ a noite nunca tem fim/ por que que a gente é assim?”.

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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