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Um BNDES para os Brics

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Mateus Maciel*

Brics

Como se não bastasse a existência do BNDES, que destina cerca de 70% dos seus empréstimos a grandes empresas, os Brics (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) irão criar o seu próprio banco de desenvolvimento, cujo orçamento inicial está calculado em U$100 bilhões. Como não há muito espaço para países emergentes em órgãos de financiamento internacionais (como o FMI e o Banco Mundial) e como os integrantes dos Brics desejam investir mais em infraestrutura, surgiu a proposta de montar um banco próprio de desenvolvimento. Agora, como os Brics de fato surgiram e como esse banco ajudará os indivíduos destas nações?

Após a crise norte-americana (subprime) e europeia (endividamento), o FED (Banco Central dos Estados Unidos) e o Banco Central Europeu (BCE) reduziram as taxas de juros, visando recuperar suas economias. Com juros menores, os investidores passaram a procurar países cujas taxas de juros fossem mais atrativas e cujo ambiente econômico fosse estável. Os Brics, assim como outras nações emergentes, apresentavam essas características. Dessa forma, estes países passaram a receber investimentos maciços que, somados a políticas nacionais de estímulos ao crescimento, geraram um grande boom econômico.

Entretanto, com a (lenta) recuperação dos países desenvolvidos, a elevação da taxa de juros norte-americana e a falência do modelo de crescimento (através da expansão do consumo) de algumas economias emergentes (como é o caso do Brasil), os investidores passaram a não ver mais os Brics com boas perspectivas de crescimento e reduziram seus investimentos nestes, colocando seu capital em economias mais seguras. Esse conjunto de fatores levou ao declínio da expansão do PIB dos membros do grupo em questão.

Nesse cenário, a criação de um banco de desenvolvimento, como alternativa ao financiamento nos mercados internacionais e à queda dos investimentos estrangeiros, foi uma das saídas encontradas pelos Brics para seguir com seus projetos de crescimento econômico. Contudo, assim como o BNDES, tal banco será administrado por governos que, diga-se de passagem, não possuem níveis baixos de corrupção. Tal fato compromete profundamente a eficiência da instituição que pode se tornar uma rede internacional de corrupção.

Se os Brics desejam solucionar questões de infraestrutura, para aumentar a competitividade, e aumentar sua participação no cenário mundial, por que estes não abrem espaço à iniciativa privada? Empresas privadas, além de serem mais eficientes que o governo, não precisam, ou pelo menos não deveriam, recorrer a órgãos públicos de financiamento, uma vez que há inúmeras maneiras de se fazer isso sem utilizar o dinheiro dos pagadores de impostos. O mercado de capitais, bancos privados e etc. são opções que, apesar de mais custosas e arriscadas, não obrigam os indivíduos a participar de “projetos de desenvolvimento internacionais” capitaneados por burocratas e alguns empresários amigos do Rei.

*Estudante da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ e colunista no site Liberzone.

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