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Tornou-se ainda menos provável que tenhamos uma resposta aos arroubos do Judiciário no Senado

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Passei os quatro anos do governo Bolsonaro dando minha cara a tapa, sem medo de criticar o então presidente e seus asseclas. Ser verbalmente atacado, chamado de petista, comunista, socialista, falso liberal e afins nunca me importou e nunca me desencorajou a expressar o que pensava e ainda penso. Digo isto para dizer que, quanto o tema é antibolsonarismo, dou aulas a quem desejar e necessitar. Isso não significa que caio nessa conversa mole de que tudo aquilo que por ventura tenha também o apoio das hostes bolsonaristas (provavelmente o caso de tudo aquilo que representar uma oposição ou reação ao governo lulopetista), signifique uma adesão ao bolsonarismo. O bolsonarismo, como é bom lembrar, não tem o monopólio do antipetismo.

É simplesmente ridículo que queiram transformar uma eleição para uma das casas do Legislativo em uma suposta batalha pela democracia, ou que interpretem como radicalismo o desejo por uma alternância na presidência do Senado e, portanto, do Congresso. Não tenho problema em dizer que vejo com grande pesar a derrota de Rogério Marinho. Não é que o político potiguar me encante, mas é que, caso alguém ainda não tenha notado, estamos vivendo uma ofensiva contra a liberdade de expressão e uma hipertrofia do poder Judiciário, e a continuidade de Pacheco na presidência do Senado torna ainda menos provável a possibilidade de uma resposta legislativa à altura dos descalabros. Há quem (casos clínicos), se arrepie quando falamos em resposta ao Judiciário, como se estivéssemos a falar de tanques (como desejavam os criminosos do dia 08/01) e não a via institucional, seguindo piamente a letra da lei.

Os que desejavam ver Bolsonaro pelas costas, mas diziam também detestar o petismo, devem se lembrar que já temos um mês de novo governo e que Bolsonaro segue tentando estender sua estadia nos EUA. É irônico que tanto se tenha falado em um “terceiro turno”, aludindo à não aceitação da derrota bolsonarista, mas muitos sigam agindo como se qualquer oposição institucional e democrática ao PT seja um ataque à democracia. É como se todo tempo quisessem reprisar a escolha que juraram ser maldita, mesmo depois do fato já mais do que consumado.

As notícias de que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, teria ligado para senadores e pedido votos para Pacheco (notícias estas não contestadas pelo ministro), o ungido do governo Lula, em uma atuação política passível de impeachment (mais uma para a conta), desnuda o desequilíbrio entre os poderes e a literal partidarização do Judiciário, ou ao menos parte dele.

Se, por um lado, aquele que hoje é, sem dúvidas, a pessoa mais poderosa da República e do Judiciário parece ter se despido da imparcialidade que seu cargo demanda e atuado nos bastidores para favorecer, ainda que indiretamente, o governo de ocasião, por outro, a recondução de Lira à presidência da Câmara já era esperada e se deu por votação recorde. Lira, como todos sabem, é um fisiologista de primeira, serviu aos propósitos de Bolsonaro (e dele se serviu), e o mesmo fará com Lula. Seria, então, um sintoma de radicalismo desejar que, pelo menos no Senado, fosse eleito alguém não alinhado com as pautas do governo atual?

Enquanto alguns dos que juravam que seriam oposição desde o dia primeiro de janeiro seguem encantados com a fantasmagórica “frente ampla”, Lula continua apostando no discurso ideológico, prometendo o retorno de velhas práticas do repertório petista, como o financiamento de governos amigos (incluindo ditaduras) via BNDES, afirmado em outros países que o legítimo processo de impeachment de Dilma foi um golpe de Estado, em suma, agindo como se governasse apenas para os seus, tal como seu antecessor; e os arroubos do Judiciário também continuam.

Fonte: https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/daniel-cesar/2023-01-28/moraes-faz-campanha-pacheco-vencer-senado.html

https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/a-irritacao-de-rogerio-marinho-com-alexandre-de-moraes

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/com-votacao-recorde-arthur-lira-e-reeleito-presidente-da-camara-dos-deputados/

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Gabriel Wilhelms

Gabriel Wilhelms

Graduado em Música e Economia, atua como articulista político nas horas vagas. Atuou como colunista do Jornal em Foco de 2017 a meados de 2019. Colunista do Instituto Liberal desde agosto de 2019.

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