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Um paralelo entre Churchill, o SUS e a Economia Austríaca

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“Não há nada que o Estado possa lhe dar que não tenha tirado de você antes.” Essa marcante observação de Winston Churchill não apenas ressoa com a essência da liberdade individual, mas também pode ser usada como uma lente crítica para analisar o Sistema Único de Saúde (SUS), em um contexto alinhado com os princípios da economia austríaca.

Churchill, renomado estadista britânico, exaltou os ideais de liberdade e individualidade. Sua reflexão sobre liberdade não deve ser considerada apenas no âmbito político, mas também nos sistemas de bem-estar social, como o SUS. Essa correlação suscita questionamentos pertinentes. Afinal, quando um cidadão se vê condicionado a contribuir financeiramente para um sistema público, como ocorre com o financiamento do SUS através dos impostos, não estaria uma parte da sua liberdade individual sendo subjugada em prol do coletivo?

Nesse sentido, a economia austríaca, com suas raízes na escola clássica de pensamento econômico, abraça uma perspectiva que valoriza a liberdade econômica e a mínima intervenção do Estado. Para os economistas austríacos, como Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, o mercado livre é o melhor mecanismo para alocar recursos e satisfazer às necessidades individuais. Essa abordagem, em que as escolhas individuais são privilegiadas, pode lançar luz sobre as complexidades do financiamento público, como no caso do SUS.

Ao analisar o SUS à luz das ideias liberais da economia austríaca, pode-se perceber que a suposta gratuidade dos serviços oferecidos pelo sistema pode mascarar uma realidade mais profunda. Os recursos para o SUS provêm dos impostos pagos pelos cidadãos, e o direcionamento compulsório desses recursos levanta a questão da liberdade de escolha. Seria justo que um cidadão seja obrigado a financiar um sistema do qual ele pode não concordar ou cujos serviços ele não pretende utilizar? A coerção inerente ao financiamento público pode contradizer a ideia central da liberdade individual.

Não obstante, a abordagem austríaca também destaca a importância da ação humana e das decisões descentralizadas. Um mercado de saúde verdadeiramente livre permitiria que os indivíduos escolhessem como, quando e onde gastar seus recursos em cuidados médicos. Isso fomentaria a concorrência entre provedores de saúde e impulsionaria a eficiência e a qualidade dos serviços. No entanto, sob um sistema de financiamento público como o do SUS, o papel do mercado é limitado e as alocações são frequentemente ditadas por considerações burocráticas e políticas.

O paralelo entre Churchill, a economia austríaca e o SUS não busca desvalorizar a importância do acesso universal à saúde. Pelo contrário, busca estimular uma análise crítica das implicações da intervenção estatal na liberdade individual. A liberdade, como Churchill pontuou, é um valor inalienável. Portanto, ao refletir sobre o SUS e sua relação com a liberdade, é crucial considerar como um sistema de saúde público pode coexistir harmoniosamente com os princípios fundamentais da liberdade individual e econômica.

O legado de Churchill lembra da importância de questionar e avaliar constantemente as interações entre o Estado e o indivíduo. A visão austríaca oferece uma perspectiva econômica sólida para tal análise. À medida que se continua a moldar e debater os sistemas que afetam os indivíduos, é essencial que se mantenha um olhar crítico e aprofundado, sempre voltado para o ideal da liberdade indivisível.

*Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.

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