No panorama do empreendedorismo contemporâneo, emerge um axioma fundamental: “Nem todos os dias nos sentimos inclinados ou estimulados a empreender com fervor, mas é a perseverança constante que forja o êxito.” Essa proposição, embasada nos princípios liberais e convergente com a inerente natureza da livre iniciativa, revela uma verdade essencial: o caminho para o sucesso empresarial é pavimentado pela constância resiliente, mesmo quando o fervor inicial escasseia.

Desde os primórdios da teoria liberal, filósofos e economistas têm defendido a importância do indivíduo empreendedor para o progresso da sociedade. Adam Smith, em sua obra seminal A Riqueza das Nações, articulou que o interesse próprio direcionado pela busca do lucro não apenas beneficia o indivíduo, mas também promove a prosperidade econômica. Nesse contexto, a máxima de constância ganha relevância, alinhando-se à premissa de Smith de que o esforço contínuo no empreendimento é o catalisador do progresso econômico.

Contudo, é imperativo reconhecer que a jornada empreendedora nem sempre é pontuada por inspiração incessante. Fracassos, incertezas e obstáculos inevitavelmente surgirão e podem comprometer momentaneamente o zelo inicial. No entanto, é aí que reside a virtude da persistência – a firmeza de continuar em meio à adversidade. No cerne dessa visão, está a ideia do “empresário heroico”, conceito desenvolvido por Joseph Schumpeter. O empresário heroico é aquele que não se contenta em seguir os trilhos convencionais, mas sim que ousa inovar e superar os desafios, moldando, assim, o curso da evolução econômica. Essa atitude de enfrentar a dificuldade com constância está enraizada na filosofia liberal, que ressalta a autonomia individual e a liberdade de empreender.

Dessa maneira, à medida que o tecido da sociedade se entrelaça com o empreendedorismo, emerge uma síntese poderosa entre a persistência e a liberdade. Friedrich Hayek, em O Caminho da Servidão, sustentou que a liberdade individual é o motor que impulsiona o progresso social. Nesse contexto, a constância se ergue como o alicerce para traduzir a liberdade em resultados tangíveis. O compromisso constante de perseguir objetivos, mesmo quando a chama inicial arde menos intensamente, personifica o espírito empreendedor. É essa busca incessante que perpetua o ciclo virtuoso do liberalismo, em que a liberdade de ação leva a resultados mais prósperos.

Em síntese, sob uma ótica liberal, a frase inicialmente proposta ecoa como uma verdade intrínseca ao empreendedorismo. As doutrinas liberais enaltecem a liberdade individual e a busca do progresso econômico. A constância, na sua forma mais genuína, personifica esses valores, transcendendo as flutuações temporais de inspiração e motivação. Desde as raízes filosóficas de Adam Smith até as reflexões de Schumpeter e Hayek, a noção de que a perseverança na busca de metas é o alicerce para uma sociedade próspera e livre permanece inalterada. Em última análise, no domínio do empreendedorismo, a constância é o farol que guia o navio do indivíduo empreendedor através das águas muitas vezes turbulentas, mas sempre promissoras, do mercado livre.

*Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.