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O Ouro e o Bitcoin: a Escola de Chicago e a Escola Austríaca

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A questão da moeda e seu papel na economia tem sido objeto de debate ao longo da história da teoria econômica. Duas escolas de pensamento notáveis que oferecem perspectivas contrastantes sobre o uso de ativos deflacionários, como o ouro e o Bitcoin, como moeda são a Escola de Chicago e a Escola Austríaca. Ambas as escolas compartilham uma visão liberal e acreditam no valor da economia de mercado, mas suas abordagens diferem substancialmente quando se trata de moeda. Nesse sentido, se faz importante examinar essas divergências, explorar as opiniões de Friedrich Hayek, um dos proeminentes economistas da Escola Austríaca, e apresentar argumentos que ressaltam a ênfase austríaca na descentralização, estabilidade e concorrência no sistema monetário.

Friedrich Hayek, um dos principais pensadores da Escola Austríaca, argumentou que os ativos deflacionários, como o ouro e, mais recentemente, o Bitcoin, têm um papel fundamental a desempenhar na economia de mercado. Para Hayek, a moeda não deve ser uma criação governamental, mas sim um bem de mercado, determinado pelas forças da oferta e da demanda. Em seu trabalho a “Desestatização da Moeda”, ele defende a ideia de que a competição entre diferentes formas de moeda, incluindo aquelas baseadas em commodities como o ouro, levaria a um sistema monetário mais estável e eficiente. Segundo o autor, a descentralização é essencial, pois evita a manipulação política da moeda, o que poderia levar a inflações descontroladas e perda de poder de compra para os cidadãos.

Além disso, a Escola Austríaca enfatiza a importância da estabilidade de preços, e os ativos deflacionários são vistos como uma proteção contra a inflação. Ao contrário das moedas fiduciárias, que estão sujeitas a políticas monetárias arbitrárias e à impressão excessiva de dinheiro, os ativos deflacionários tendem a manter seu valor ao longo do tempo. Isso, argumenta-se, proporciona um ambiente mais seguro para as transações econômicas e incentiva a poupança, o investimento e o planejamento de longo prazo.

A perspectiva da Escola Austríaca também realça a importância da concorrência no mercado monetário. A introdução do Bitcoin como uma moeda digital descentralizada exemplifica essa visão. Os defensores do Bitcoin acreditam que ele oferece uma alternativa confiável às moedas fiduciárias controladas pelo governo e permite aos indivíduos maior liberdade e controle sobre suas transações financeiras. A concorrência entre diferentes formas de moeda, incluindo o Bitcoin, poderia levar à melhoria contínua da qualidade e da estabilidade das moedas utilizadas na economia.

Por outro lado, a Escola de Chicago, notável por economistas como Milton Friedman, tende a adotar uma visão mais pragmática em relação à moeda. Embora também promova a economia de mercado, a Escola de Chicago defende a moeda fiduciária controlada pelo governo como a principal forma de moeda. Friedman, em seu livro Uma História Monetária dos Estados Unidos, argumentou a favor de uma política monetária controlada pelo governo, que visa a manter a estabilidade de preços por meio do controle da oferta de dinheiro. Para os economistas de Chicago, a moeda deve ser uma ferramenta do governo para gerenciar a economia e evitar flutuações excessivas nos preços.

Em resumo, a divergência entre a Escola de Chicago e a Escola Austríaca em relação ao uso de ativos deflacionários, como o ouro e o Bitcoin, como moeda reflete diferentes visões sobre a natureza e o papel da moeda na economia de mercado. A Escola Austríaca enfatiza a descentralização, a estabilidade e a concorrência como elementos essenciais para um sistema monetário eficiente e confiável, enquanto a Escola de Chicago defende a moeda fiduciária controlada pelo governo como o principal instrumento de política monetária. Essas divergências continuam a ser debatidas e ilustram a riqueza de perspectivas dentro do campo da economia liberal.

*Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.

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