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A liberdade é justa e deve ser reconhecida como um direito

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Perguntaram-me, de um lado, se é melhor justificar ou acessar epistemologicamente o liberalismo pela razão/pelo racionalismo ou pela experiência/pelo empirismo, e, de outro, se é melhor eticamente defendê-lo pela moralidade ou pela utilidade.

São duas questões sobre as quais os liberais se digladiam e o que eu disser a respeito em um parágrafo deve ser visto como pouco mais do que um palpite. No entanto, uma resposta comum para ambas, penso eu, é que é possível chegar às ideias liberais e argumentar a seu favor por vias diferentes; o melhor estará, a meu juízo, na síntese.

Quanto à primeira questão, não sou nenhum epistemólogo, mas tendo a pensar que, ao menos desde a obra de Immanuel Kant, não é a atitude mais razoável cultivar um abismo ou conflagração declarada entre racionalismo e empirismo.

No caso do liberalismo, os primeiros cânones da tradição, por assim dizer, eram empiristas britânicos, como o próprio Locke; a experiência histórica e factual deve ser usada para atestar os sucessos econômicos e institucionais do liberalismo. No entanto, esses mesmos empiristas produziram uma alegoria – o contratualismo -, que, como tal, não é realmente uma experiência histórica, mas que, na minha opinião, pense-se o que se queira sobre ela, apesar de críticas interessantes como a humana, foi importante para organizar o discurso liberal.

Além disso, eu não desprezaria totalmente o racionalismo cartesiano e seu papel para a modernidade em virtude dos excessos que dele se poderia deduzir. Penso que racionalistas e empiristas tiveram suas contribuições e razão e experiência podem temperar adequadamente uma à outra.

Quanto à questão entre moral e utilidade, como disse, vale a mesma regra de que ambas são relevantes, mas um amigo me recordou há algum tempo que a utilidade é um bom argumento para defender a liberdade, mas não basta, e creio que ele tem razão. O que é útil pode ser útil a alguns e não a outros; talvez subjugar as mulheres em determinados países islâmicos seja eficaz para os interesses de quem comanda as instituições e a difusão de ideias nesses países.

É preciso enfatizar que a liberdade é justa e deve ser reconhecida como um direito se quisermos viver em uma comunidade civilizada, não só pregar que ela multiplica riquezas, porque isso pode ser suficiente para defender algumas liberdades, mas não necessariamente todas.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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