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Socialismo para leigos: o fracasso econômico (I)

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marxdeturpadoÉ cansativa a argumentação de que o socialismo deu errado por que não foi posto em prática exatamente como descrito por Karl Marx. Sua teoria, chamada socialismo científico, parece carregar ironia logo no nome: uma teoria científica só é de fato científica se a realidade corrobora com a mesma, e toda a vez que se experimentou alguma aplicação da teoria socialista “científica”, ela se provou absolutamente incorreta. A teoria marxista é, portanto, a única teoria científica correta a priori, e toda evidência contrária é atribuída à suposta imprecisão do experimento. Com explicações fantasticamente simples, como a de que horas de trabalho – horas de trabalho pagas = mais-valia, o socialismo seduz mentes com conceitos equivocados. Deixe seus preconceitos de lado e entenda o porquê de o socialismo não funcionar.

Socialismo e a teoria econômica

Precisamos, antes de tudo, tirar de nossa mente a ideia de que o liberalismo é um sistema egoísta onde a sociedade não produz para ela mesma, senão para os patrões, empregadores ou burgueses. A sociedade liberal gira em torno de um egoísmo racional, no qual todos, ao procurarem benefício próprio, beneficiam a todos. Como dito por Ludwig von Mises em sua obra As Seis Lições, quem manda no sistema econômico é o consumidor – é você! Nem todos são empregados, nem todos são empregadores, mas todos são consumidores. Ao comprarmos Coca-Cola ao invés de Pepsi, fazemos com que a primeira empresa produza mais de seu refrigerante, e a segunda, menos. Elas não mandam, portanto, em seus empregados; elas são mandadas por eles e por todos nós. Compramos a bebida para nossa satisfação (benefício próprio), o empregador, na procura de lucro, aumenta a produção (também para benefício próprio) e o empregado, esperando seu salário, produz (novamente, para benefício próprio). É do egoísmo destes três níveis – consumidor, empregado e capitalista – que alimentos, bebidas, água encanada, energia elétrica, roupas e o que mais for estão ao seu alcance. É isso que os liberais chamam de harmonia de interesses, e o que os socialistas entendem como conflito inconciliável de interesses.

Não analisarei aqui o socialismo pelo seu lado teórico, que é tão utópico quanto a concorrência perfeita neoclássica, mas através de sua aplicação prática, principalmente em sua acepção marxista-leninista e estalinista. Mesmo com os sovietes russos antes do golpe de Vladimir Lênin, os socialistas nunca permitiram que a sociedade, sindicatos ou outra unidade similar decidissem o quê, quanto, como e para quem deveria ser produzido – as quatro questões que todo o economista sério faz ao tomar uma decisão-, que é o que consideram economia socializada ou democratizada, ao invés das economias centralizada e liberal. O sistema, portanto, não sabe o que precisa produzir – você lembra que o empregador só produz mais se você compra, leitor? Os socialistas ignoraram essa lógica, e ao invés de produzirem o que você quer, eles ordenam a produção do que eles acham que você quer. Que outra explicação há para Cuba ter tantos médicos e tão pouca comida?

Isso tudo é por causa da aversão ao dinheiro e aos preços, que são considerados uma maneira de explorar e acumular – nas palavras do próprio Marx, “alienação do trabalho humano”, “trabalho cristalizado” e “monstro”. Você já se perguntou a importância dos preços? Sim, eles fazem mais do que tirar dinheiro de sua carteira. Imagine o seguinte: há fome nos estados do Espírito Santo e Santa Catarina. Pessoas famintas nas ruas, desesperadas, sem amparo. Os preços disparam! Chega, então, um navio trazendo trigo na Argentina, e ele precisa escolher um dos portos para atracar e vender o grão. Se os preços no ES são muito maiores do que em SC, o navio aportará lá, pois obterá maior lucro. E porque os preços são mais altos lá? Por quê lá há mais fome. A busca por lucro levaria, portanto, comida para o lugar onde ela era mais necessária. Da mesma maneira, se os salários (que são o preço da mão-de-obra) são altos em São Paulo, lá faltam trabalhadores e há, portanto, migração para a cidade. Se os salários são baixos na Bahia é por que faltam vagas de emprego, e então os empresários, procurando custos baixos de produção, vão para lá. E se tabelarmos os preços, para que o salário pago possa comprar tudo? Se o fizermos eles não serão preços, apenas números sem significado. Os preços são a informação do que é mais desejado e necessário, e eles orientam a produção e fazem com que se produza o máximo com o mínimo. É assim que o mercado funciona, e é aí que o socialismo falha.

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Guilherme Dalla Costa

Guilherme Dalla Costa

Acadêmico de Ciências Econômicas pela UNIFRA (Centro Universitário Franciscano), Coordenador Estadual da Rede Estudantes Pela Liberdade (Rio Grande do Sul) e Conselheiro Executivo do Clube Farroupilha.

Um comentário em “Socialismo para leigos: o fracasso econômico (I)

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    04/10/2014 em 10:52 pm
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    Ótimo texto, meus parabéns!

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