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Resenha: Fatos e Falácias da Economia

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Em Fatos e Falácias da Economia, publicado pela primeira vez em 2008, Thomas Sowell aponta argumentos incoerentes e sem fundamento de diversos aspectos econômicos. Isso se traduz em muitos problemas, como, por exemplo implementação de políticas afirmativas e distributivas, o que aumenta o tamanho do Estado e, por consequência, a tributação aos setores produtivos.

O autor nasceu em 1930 nos Estados Unidos, graduou-se em Economia na Universidade de Harvard em 1958 e, depois, fez mestrado em Economia pela Universidade de Columbia. Em 1968, se tornou doutor em Economia pela Universidade de Chicago. Como escritor, ganhou notoriedade pelas mais de 30 obras lançadas, sendo um grande crítico das políticas afirmativas, como cotas raciais, mesmo sendo negro.

Voltando à obra, Sowell analisa o impacto das falácias, que à primeira vista parecem plausíveis, em sete capítulos: (i) O poder das falácias; (ii) Fatos e falácias urbanos; (iii) Fatos e falácias masculinos e femininos; (iv) Fatos e falácias acadêmicos; (v) Fatos e falácias relacionados à renda; (vi) Fatos e falácias raciais; e (vii) Fatos e falácias do terceiro mundo.

No primeiro capítulo, o autor aborda os quatro tipos mais comuns de falácias. A “falácia de soma zero” se baseia na ideia de que alguém tem que perder para o outro ganhar em uma transação econômica. A “falácia da composição” traz a crença de que o que é verdade sobre uma parte é verdade sobre o todo. A “falácia das peças de xadrez” considera que as pessoas não apresentarão comportamentos significativamente distintos daqueles esperados ou antecipados pelos planejamentos econômicos e sociais, ignorando o fato de que os seres humanos têm as próprias preferências individuais. Há ainda a “falácia do infindável”, que deixa de levar em consideração um fator econômico fundamental, que os recursos são limitados.

No segundo capítulo, intitulado “Fatos e Falácias Urbanos”, o autor desconstrói pensamentos críticos ao crescimento urbano, mostrando como políticas restritivas na área da construção civil tem efeitos maléficos para a sociedade. Com essas restrições, há considerável elevação dos custos de moradia, obrigando os moradores a gastarem parte relevante da sua renda com moradia ou optar por morar em locais distantes dos seus locais de trabalho. Isso resulta em horas perdidas em locomoção diária ao trabalho.

No capítulo seguinte, Sowell aborda retóricas relacionadas a diferenças salariais entre homens e mulheres, muito exploradas pelo mainstream. Nesse tema, fica claro como a construção e a interpretação errôneas de estatísticas levam a conclusões falaciosas. Essa abordagem não tenta refutar a evidência de que há diferenças salariais entre homens e mulheres, mas a explicação desse fato. Quando se analisam situações em que os empregados possuem a mesma experiência, atribuições e jornadas de trabalho, essas discrepâncias tendem a desaparecer.

No quarto capítulo, “Fatos e falácias acadêmicos”, o autor critica as universidades norte-americanas, em especial aquelas que não possuem fins lucrativos. Nessas entidades, muitas mordomias são conferidas ao corpo docente, como, por exemplo, a estabilidade no emprego e redução da jornada de trabalho dentro da sala de aula, o que reduz a qualidade do ensino e encarece as anuidades pagas pelos alunos.

Questões sobre a renda são abordadas no quinto capítulo. Nessas análises, as falhas estatísticas também são evidentes, uma vez que muitos estudos não levam em consideração, por exemplo, o fato dos indivíduos se moverem entre as camadas sociais com o passar do tempo. Ou seja, aquelas pessoas que se encontram entre camadas de menor renda e em determinado momento, não necessariamente estarão nessa mesma posição em uma análise futura. Outra confusão que se faz sobre a renda engloba estudos sobre famílias, visto que o tamanho das famílias tem impacto não desprezível sobre os resultados.

No sexto capítulo, Sowell trata dos “Fatos e falácias raciais”. Nesse assunto, o autor reforça a sua desaprovação a políticas afirmativas, como políticas de cotas em universidades, por exemplo. Ele, inclusive, evidencia que a renda e condições de vida de negros nos Estados Unidos melhoraram antes da implementação de tais políticas na década de 1960. Essa é uma das grandes falácias sobre discriminação racial.

Em sua última análise, o autor traz os fatos e as falácias relacionadas aos países de terceiro mundo. Nesse contexto, evidencia que as transferências financeiras das nações mais ricas para as mais pobres não ajudam, necessariamente, no desenvolvimento econômico das nações beneficiadas. Fazer proveito dos recursos requer características culturais desenvolvidas ao longo dos anos.

Em resumo, o livro traz questões pouco exploradas e que muitas vezes são tomadas como verdade absoluta pela população em geral. Uma análise mais cuidadosa e aprofundada em diversos assuntos econômicos deve ser realizada após evidentes falácias comprovadas por Thomas Sowell na obra. Apesar de trazer muitos dados estatísticos, a sua leitura não é cansativa, uma vez que agrega muitos conhecimentos nas mais diversas áreas.

*Thiago Garcia – Associado Trainee do Instituto Líderes do Amanhã.

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