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Resenha: A Mentalidade Anticapitalista

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Nascido em setembro de 1881 em Lviv, quando a cidade ainda era parte do Império Austro-Húngaro (hoje fica localizada em território ucraniano), Ludwig Heinrich Edler von Mises foi um economista membro da Escola Austríaca de pensamento econômico. Defensor da liberdade econômica como suporte básico da liberdade individual, Mises é autor de diversos livros sobre economia, dentre os quais: Ação Humana (1949); A Mentalidade Anticapitalista (1956); e As Seis lições (1979).

No ano de 1900, Mises frequentou a Universidade de Viena, sendo influenciado pelos trabalhos de Carl Menger e de Eugen von Boehm-Bawerk, tendo concluído seu doutorado em 1906 e lecionado na mesma instituição de 1913 a 1934. O autor possui origem judaica e, devido ao avanço do regime nazista, fugiu para Genebra (Suíça), onde passou a lecionar no Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais. Em 1940, imigrou para os Estados Unidos sob o patrocínio da Fundação Rockefeller e , em 1945, se tornou professor visitante na New York University até sua aposentadoria em 1969.

Mises trata na presente obra do fenômeno psicológico do anticapitalismo. O autor busca respostas para a pergunta: “Por que as pessoas são anticapitalistas?” e busca entender a fonte do ressentimento e da inveja, que contamina a mente daqueles que se posicionam contra a economia de mercado. O livro “A Mentalidade Anticapitalista” é dividido em três partes.

É importante salientar que, na visão do autor, só existe um tipo de economia: a capitalista. Ainda que esta possa em algum momento ser transmutada, por essência só existe essa, em que o consumidor é o agente que será suprido e atendido. Neste sistema, o empreendedor precisa dedicar-se aos desejos de seu público. Ao olhar de Mises, aqueles que prosperam no livre mercado são justamente aqueles que buscam alcançar a expectativa de seu público.

O foco da obra recai sobre o ressentimento daquelas pessoas que, por algum motivo, não buscam atender os objetivos dos consumidores e, por isso, não alcançam o sucesso. No entanto, um número vultuoso desses indivíduos busca tiranizar o sistema capitalista como uma saída para justificar o próprio fracasso.

Na primeira parte da obra, autor trata das características sociais do capitalismo e as causas psicológicas de sua difamação. Mises projeta sua tese no fato dos socialistas centrarem o foco no empreendedor, esquecendo-se do consumidor, e de que dos trabalhadores fazem parte deste último grupo. No regime capitalista, as regras são ditadas pelo consumidor e, então, por lógica, pelos trabalhadores e os demais. Diversos artigos são citados com o enfoque no entendimento do ressentimento anticapitalista.

Na segunda parte, trata-se sobre a filosofia social do “homem comum”, ou seja, como este observa o capitalismo. Um panorama é traçado para explicar que um pipoqueiro (exemplo de “agente comum”) entende muito mais de economia do que muitos estudiosos do tema. Isso se deve ao fato do contato direto deste com os consumidores, das interações entre ambos, da busca pela satisfação e, consequentemente do respaldo dado por tais experiências.

Na parte final do livro, Mises trata da literatura sobre o capitalismo. Nesse ponto, é identificado algo que posteriormente seria chamado de “Revolução Cultural”. Na visão do autor, os artistas e literatos nascem em uma sociedade capitalista ao mesmo tempo, em que difamam tal sistema. A crítica se volta ao arcabouço de ações deste público, centradas na destruição do livre mercado. Um dos exemplos é tratado como o “Socialismo da Broadway”, numa tentativa de representar as produções artísticas que mostram a economia liberal como um regime tirânico e opressor, enquanto coloca o comunismo como algo benéfico para as classes sociais.

A Mentalidade anticapitalista pode ser considerado um dos livros mais atuais no que tange o pensamento liberal. A obra busca mostrar como artistas, músicas, e filmes estavam contaminadas pela ideologia progressista já em 1956, proliferando aquilo que Mises chama de “socialismo implícito”, e que hoje é intitulado de “revolução cultural”.

*Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã

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