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Resenha: 1984 de George Orwell

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Lançado originalmente em 1949, o livro “1984” de George Orwell é um romance distópico que se passa em um futuro totalitário e opressor. O romance é considerado um dos mais influentes do século XX e foi publicado alguns meses antes da morte do autor.

Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo pseudônimo George Orwell, foi um escritor, jornalista e ensaísta político inglês. Nasceu na Índia Britânica e foi morar no Reino Unido nos seus primeiros anos de vida. Suas duas obras de maior destaque foram: “A revolução dos bichos” (1945) e “1984” (1949). Morreu precocemente de tuberculose em 1949, aos 46 anos de idade.

A trama se passa em uma sociedade coletivista e conduzida pelo planejamento central. A história acompanha Winston Smith, um homem que vive sob o domínio do Partido, grupo político que detém o poder, e de seu líder, o “Grande Irmão”. A sociedade é controlada pela vigilância constante, manipulação da informação e supressão da liberdade individual.

O mundo fictício no qual a obra se passa é dividido em três grandes nações, igualmente totalitárias, que estão constantemente em guerra umas com as outras, sempre alternando a nação inimiga e a aliada. No decorrer do livro, fica claro que estar constantemente em guerra é uma alternativa encontrada pelo governo para manter a sociedade coesa a um objetivo central, mesmo em condições de vida abaixo do que existia antes da implementação desse sistema político.

Winston vive na Oceânia, mais precisamente em Londres, e trabalha no Ministério da Verdade, onde o seu trabalho consiste em alterar documentos históricos para se adequar às narrativas do Partido. Em determinado momento, ele começa a questionar a realidade do que está ao seu redor, bem como a natureza opressora do governo.

Um exemplo de alterações documentais produzidas pelo setor em que Winston trabalha, decorre da alteração da nação oponente na guerra. Quando a Oceânia passa a guerrear com a Letásia, e não mais com a Eurásia, toda a documentação é alterada para “provar” que a Letásia sempre foi a nação inimiga.

Importante mencionar que e o controle da população é exercido principalmente por meio do controle do pensamento. O governo utiliza a Polícia do Pensamento para monitorar e reprimir o pensamento e a expressão contrários ao Partido. Eles empregam técnicas de lavagem cerebral, tortura e manipulação da informação para garantir que os cidadãos não apenas cumpram as regras do regime, mas também acreditem na ideologia do Partido.

Nesse contexto, a família perde importância e não exerce papel algum na formação das crianças. O governo passa os seus ensinamentos a tal ponto, que os jovens chegam ao ponto de denunciar os próprios pais em casos de atos e pensamentos dissonantes ao Partido.

O monitoramento também ocorre através das “teletelas”, uma combinação de televisores e câmeras de vigilância que servem como dispositivos de monitoramento e propaganda do governo. Esses equipamentos se encontram em toda a área urbana, inclusive dentro das residências das pessoas. Com isso, os cidadãos são observados a todo momento, o que os leva a evitar ações que possam ser consideradas contrárias ao governo totalitário.

O Partido também utiliza de uma linguagem manipulada, com o intuito de reduzir a capacidade das pessoas de expressar pensamentos subversivos ou desviantes. O termo “Novafala” é usado para descrever essa linguagem, a qual limita o escopo do pensamento independente, tornando mais difícil a formação de ideias que desafiem a autoridade do Partido.

No decorrer da história, Winston inicia um romance secreto com Julia, uma colega de partido, e, juntos,eles exploram ideias de rebeldia e liberdade. Após meses de encontros às escondidas, o casal é capturado pela Polícia do Pensamento. Eles são submetidos a torturas e a lavagem cerebral na busca por sua submissão total ao Partido. Winston é forçado a trair seus próprios sentimentos e lealdades, e acaba por confessar crimes que não cometeu e declarar seu amor pelo “Grande Irmão”.

Após longo período em detenção, Winston aceita a autoridade do Partido, perde a sua individualidade e cede à manipulação do governo. Ao final do romance, Winston acredita de forma sincera no Partido e em sua versão distorcida da realidade, o que demonstra a vitória da opressão sobre a verdade e a liberdade individual.

“1984” é uma crítica consistente e poderosa aos regimes totalitários, à manipulação da informação e à supressão das liberdades individuais. O livro examina como a verdade pode ser distorcida e como a sociedade pode ser controlada por meio do medo e da vigilância constante. É angustiante observar que muitas estratégias utilizadas pelo governo totalitário da obra são utilizados até hoje em diversos países.

*Thiago Ferreira Garcia, Associado I do Instituto Líderes do Amanhã.

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