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Para compreender como as gigantes caem

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A obra “Como as gigantes caem” é escrita por Jim Collins, pesquisador e um dos principais consultores focado em gestão de negócios e crescimento de empresas. Collins, que também é autor dos livros “Feitas para vencer” e “Vencedoras por Opção”, no livro “Como as Gigantes Caem”, o autor defende a seguinte afirmação: “toda instituição é vulnerável, por mais excelente que seja seu desempenho hoje. Qualquer um pode cair e, mais cedo ou mais tarde, a maioria cai.”

Para comprovar sua tese, o autor mostra que toda empresa está sujeita à percorrer caminhos rumo ao declínio e cada caminho é dividido em um estágio. No livro, Collins atribui cinco estágios: o excesso de confiança para o sucesso; a indisciplinada busca por mais; a negação de riscos e perigos; a luta desesperada pela salvação e por último, a entrega à irrelevância ou à morte.

No primeiro estágio, Collins afirma que o ego de um grande líder, beira a organização ao fracasso. Ao entender que é autossuficiente e insubstituível no que faz, esquece de que o sucesso pode ter se dado pelo fator sorte. O ego é tão alto, que o líder é incapaz de olhar para situações externas e possíveis ameaças, creditando o seu negócio como “único”. Um exemplo disso é o caso da Motorola, que nos anos 80, era referência no mercado e julgava ser única. Contudo, a empresa não teve poder de visão, creditando todos os esforços para a tecnologia analógica, ignorando as tendências de mercado visando à tecnologia digital.

Em o próximo estágio, o autor explica como as organizações tendem ao perigo ao estagnarem na “indisciplinada busca por mais”, complementando o comportamento anterior, um líder sedento por crescer sem sustentar seu crescimento, não consegue atribuir marcos de desempenho a longo prazo, acaba impactando de forma irreversível o futuro da organização. Um exemplo disso é quando olhamos a inovação. Collins afirma que inovar não garante sucesso, tampouco crescimento no mundo corporativo, isso porque, ao pensar dessa forma, a empresa desvia de seu foco central e passa querer ingressar em mercados nos quais não possui a excelência para se desenvolver, ou seja, não consegue sustentar seu crescimento a longo prazo. Collins exemplifica que houve mais empresas que caíram pelo excesso de inovação do que aquelas chamadas de “complacentes” ou resistentes à mudança.

O terceiro estágio, chamado de “A negação de riscos e perigos”, o autor chama atenção pela busca constante em crescimento e inovação a qualquer custo. Com esse comportamento, a organização esquece de fatos empíricos. Quando algo não sai como o esperado dentro da empresa, o comportamento é de buscar um culpado, levando em consideração um fator isolado e não o comportamento da organização como um todo, ou seja, todas as microações, que resultaram naquele resultado. Collins explica que o comportamento de tentar encontrar um culpado para as situações ocorre, porque as lideranças da empresa preferem proteger as pessoas que estão no poder das más notícias com medo de serem punidas ou criticadas. Isso faz com que a empresa entre em uma “reorganização obsessiva”, ou seja, ela começa a passar por uma série drásticas de mudanças internas, com demissões em massa, tentando encontrar um culpado.

No penúltimo estágio, “A luta desesperada pela salvação”, Collins abre o capítulo, afirmando que esse estágio é o decisivo para o declínio ou de fato para uma rápida salvação, a qual ele chamou de “bala de prata”. Uma bala de prata pode ser um líder visionário, uma transformação radical, mudança de cultura, uma aquisição, ou qualquer outra solução considerada salvadora. Os resultados dessas ações podem parecer funcionar a curto prazo, mas não evitam a empresa de definhar e cair. Para Collins, a chegada de um CEO externo não é a melhor solução para a empresa sair do buraco, segundo ele, líderes externos chegam causando grande impacto, prometem o futuro antes de organizar o presente, para ele, a saída imediata é olhar para alguém que já esteja presente dentro da organização e que conheça todos os seus valores.

O último estágio, “Irrelevância ou morte”, percorrendo todos os estágios anteriores que levaram à organização a chegar até no último, as derrotas e decepções foram tantas que a organização, desesperada por uma saída, acaba esgotando todo o seu caixa, além da falta de disseminação da cultura e a moral das pessoas até o ponto de que os líderes perdem a esperança de construir um bom futuro, no fim, as esperanças se esgotam, beirando a organização ao fracasso. Collins traz, como exemplo, a empresa Scott Paper, que depois de passar por todos os estágios listados de declínio, é vendida para a sua maior rival.

Jim Collins conclui, afirmando que as organizações não caem simplesmente por forças fora do seu controle e que por vezes, o declínio pode ser evitado, desde que identifiquem comportamentos nos primeiros estágios (do um ao três) e modifiquem a rota, arrumem a casa e tenham poder de visão a longo prazo. O autor afirma que, quanto mais cedo conseguirem identificar os sintomas, mais fácil conseguirão sair dessa situação.

Humildade, criatividade empírica, senso de urgência, disciplina, atrelados ao trabalho em equipe são características de um líder apto a liderar meio ao caos, na visão de Jim Collins. Fica claro que o comportamento do líder reverbera para a falência ou não, de uma organização. É possível identificar dois comportamentos e respectivas consequências: a do líder que possui consciência de que os resultados positivos são frutos do árduo trabalho de toda a equipe, que não busca a culpa pelos resultados negativos, mas sim, o reajuste de rota. Já do outro lado, o líder que acredita ser insubstituível, creditando o sucesso a si, ignorando a equipe e principalmente, os valores da organização, é incapaz de sustentar o crescimento a longo prazo e principalmente: de liderar em meio aos estágios de declínio.

*Hermes Vinícius Fim – Associado Trainee do Instituto Líderes do Amanhã.

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