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Quando lacrar torna-se mais importante que informar: o caso Suzy

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Leio no site Brasil 247, não sem antes tomar uma boa dose de coragem, que milícias de extrema direita estão atacando uma detenta pelo simples fato de ela ter uma opção sexual que foge aos padrões pré-estabelecidos pela sociedade misógina, patriarcal e opressora em que vivemos. Diante do amplamente divulgado e, portanto, já conhecido caso da mulher trans que assassinou, com requintes de crueldade, uma criança de 9 anos, a esquerda, mais uma vez, inverte os fatos e transforma vítimas em algozes.

Segundo o site, discursos de ódio de grupos de extrema direita preconceituosos não possuem qualquer relação com os crimes cometidos por Suzy, mas com sua opção sexual. O Brasil estaria tomado por pessoas transfóbicas movidas pela intolerância.

É impressionante a paixão das esquerdas por tudo o que contraria os princípios civilizacionais e de moralidade que deveriam ser os alicerces de uma sociedade justa e de pessoas de bem. Tão impressionante quanto essa inversão de valores é a falta de profissionalismo que uma equipe jornalística com inquestionável experiência demonstra ao não apurar os fatos antes de incentivar o envio de cartas à carcerária que, supostamente, vivia no abandono e esquecimento.

Lacrar, nestes tempos sombrios de hedonismo, passou a ser mais importante que informar. O objetivo é sempre proteger os direitos de supostas minorias e ocultar a dor de suas vítimas (ou alguém pediu que escrevêssemos cartas aos familiares da criança brutalmente assassinada que poderia estar no convívio de seus pais caso a trans não tivesse abreviado seus anos de vida?).

Esquivando-se de sua participação desprezível no “drama” vivido pela detenta (ou detento, caso prefiram), o Sr. Dráuzio Varella, que a abraçou calorosamente mostrando todo o seu puritanismo e humanismo, digno de um ser superior, emitiu uma nota em que afirma não ser juiz e que, portanto, não tem o hábito de perguntar a seus pacientes quais crimes cometeram para que estivessem nos presídios. Justificando sua argumentação tomando como base o juramento de Hipócrates (quanta hipocrisia, não?), disse que sua ética médica não lhe permite conhecer os detalhes pessoais de seus pacientes. Nada mais hipócrita.

Não se trata de tecer julgamentos. O bandido (a) já está lá, no cárcere, o que pressupõe que já passou pela fase do julgamento. Inquiri-lo profundamente, deixando de lado sua própria visão canhota de mundo, é algo que deveria fazer parte de um jornalismo sério e comprometido com a verdade. Além disso, Dráuzio estava numa atividade jornalística quando visitou a trans, o que torna ainda mais notória a necessidade de ater-se à história de falhas que, até ontem, foram-nos ocultadas.

Enfim, faz parte da atividade de médicos e jornalistas conhecer o passado das pessoas com quem interagem. O fato é que, aceitem ou não os blogs e jornalistas de esquerda, a revolta generalizada das pessoas nada tem a ver com transfobia ou qualquer aversão a comportamentos que fogem aos padrões da família tradicional. Tem a ver com desonestidade intelectual, jornalística e, acima de tudo, desprezo pelos sentimentos dos familiares cujo menino lhes foi tirado.

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Juliano Oliveira

Juliano Oliveira

É administrador de empresas, professor e palestrante. Especialista e mestre em engenharia de produção, é estudioso das teorias sobre liberalismo econômico.

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