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Por que as faculdades de filosofia fracassam no aprendizado livre e investigativo?

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Para pensadores modernos, o preferível é ser pragmático, dispensando-se decisões fundamentais e necessárias, a ser corajoso e enfrentar o temível e o arriscado. Aí ocorre a negação da filosofia, um desencontro do ser humano consigo mesmo, uma negação da verdade, na era da pós-verdade, uma abolição da busca pela sabedoria.

Se procedermos um certo retrospecto histórico da filosofia ao longo do tempo, veremos que a mente esquerdista dos progressistas despreza a filosofia autêntica, nos moldes socráticos. E por que isso? Exatamente porque somente esses pensadores buscavam na filosofia a sua verdadeira essência, qual seja, a investigação para uma sabedoria de bem viver e a autores modernos que seguiu Sócrates no tempo não se pode dar o nome de filósofos (para saber mais a respeito de pensadores modernos que estragaram o mundo, leia 10 livros que estragaram o mundo – e outros cinco que não ajudaram em nada, do autor Benjamin Wiker, Editora Vide Editorial). O tratamento dado a verdadeiros filósofos de hoje é o mesmo o de místicos, de intelectuais ou de gênios, alguém que está acima do altiplano de uma inteligência vulgar. Como eu disse, todo esse errôneo tratamento vem em prejuízo do pensar e da investigação profunda, como se isso fosse encargo apenas de magos e de incomuns, profetas ou messias.

E dentro dessa cegueira, alguns pensam em entrar numa faculdade de filosofia apenas para seguirem o politicamente correto que redunda no progresso desequilibrado e imprudente, em ser o “inteligentinho”, o “filósofo”. Por isso que se pode dizer que as faculdades de filosofia de hoje são verdadeiros fracassos no aprendizado livre e investigativo, verdadeiras fábricas de ideologias que fazem mentes ignóbeis em favor da manutenção desse status quo progressista e anti-humano ou antinatural.

Todo esse estratagema faz parte de uma procura por estabelecer ideais de convivência que colidem com a experiência humana, com a tradição, com nosso legado ocidental, que é o cristianismo. Uma manobra política de esquerda que intenta contra os que são contra os seus seguidores, como se apenas os seus ideais utópicos fossem os verdadeiros modos de vida feliz e adequados ao homem. Religiosamente, temos que essa maquinação é algo vil e enganoso, capaz de excluir do imaginário humano qualquer tipo verdade que não seja a verdade estabelecida pelos grupos políticos modernistas. Ou, até mesmo, e o que é mais ainda grave, abolir do imaginário popular qualquer tipo de verdade absoluta. Negando-se qualquer crédito a fatos mais ou menos corriqueiros, esse descrédito acaba por desvincular da ideia de verdade a sua própria essência, tornando quase tudo inquestionável não por se acreditar em tudo, mas por não se acreditar em mais nada.

Filosofia é mais do que o mero conhecimento sociológico, que descobre as coisas como elas estão hoje e sem o aprofundamento necessário para a busca da sabedoria humana. A filosofia não é uma brincadeira, um joguinho de palavras trocadas, uma dialética para apenas saber quem vence e é o melhor sofista. Sofistas eram pessoas que tentavam persuadir por meio do convencimento e argumentação, não por meio da ciência ou de sabedoria. Ora, sabedoria não quer dizer apenas isso. Sabedoria quer dizer uma busca por verdades para se viver melhor.

Disso tudo resulta o desprezo da filosofia em sua essência, em sua verdade, acarretando um desprezo ao livre pensar, ao livre refletir, ao profundo, ao mergulho no mar dos questionamentos para busca de verdades e não para manutenção do que se vê hoje estabelecido pelo politicamente correto. Quem nega essa realidade é porque está vivendo isoladamente em uma ilha, sem contato qualquer com o mundo exterior.

Os que negam a livre filosofia são os mesmos que querem viver no hedonismo, na onda do politicamente correto, do viver sem preocupações, apenas com direitos e não com deveres, sem responsabilidades. Por isso que existe o medo da filosofia. No modernismo esse medo vem enrustido na forma do politicamente correto.

A consequência desastrosa disso tudo é que o livre proceder do imaginário popular toma conta de condutas e ideias. Mais grave ainda é que as verdades universais vão se tornando obsoletas e ultrapassadas, exatamente por essa omissão ou conivência social em deixar tudo para o politicamente correto decidir. Os direitos de manifestação e de crença ainda existem, mas existe um certo medo no exercício desses direitos, como se ferisse o direito de alguém ou existisse o receio de perder algum lugar na convivência social. Há o medo de se sentir o retrógrado, o ultrapassado, o “do contra”. Ora, essa ditadura social do coletivo em detrimento do indivíduo vem de uma resposta silenciosa, um certo silêncio eloquente, que, mesmo calado, quer dizer alguma coisa.

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Sergio de Mello

Sergio de Mello

Defensor Público do Estado de Santa Catarina.

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