“Um regime muito desagradável”

O presidente da República Federativa do Brasil, do meu e seu país, não é apenas um profeta do amor caminhando sobre a Terra para combater o ódio e o fascismo. Ele é também um inovador em Filosofia Política, afinal, concebeu um novo sistema que nenhum dos cânones da área, de Aristóteles a Montesquieu, de Montesquieu até hoje, jamais vislumbrou.

Concedendo entrevista a uma rádio gaúcha, mais uma vez tentando se esquivar de tomar a posição dura em relação ao governo chavista de Nicolás Maduro que tantos chefes de Estado e governo já tomaram, Lula não quis classificar a Venezuela como uma ditadura. Ele preferiu dizer que ela é um “regime muito desagradável”. Nem monarquia, nem aristocracia, nem democracia, nem autocracia, não – é um “regime muito desagradável”.

Lula deve querer deixar sua marca na história do pensamento. Infelizmente, só o que consegue é figurar na história da covardia e do mau-caratismo.

Gostaria que ele dissesse para María Oropeza, que trabalha para a opositora venezuelana María Corina Machado desde os 16 anos e é líder do Ladies of Liberty Alliance em Portugal, agora presa pelo regime de Maduro sem defesa e sem contato com seus familiares, que, na verdade, ela está apenas vivendo sob uma “situação muito desagradável”.

Desagradável, para dizer o mínimo, é ter uma figura tão inadmissível como presidente do Brasil.