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Sobre falta de expectativas e oposição ao próximo governo

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Em seu artigo “Esse veneno tem que sair”, publicado na Gazeta do Povo, o teólogo e cientista da religião Guilherme de Carvalho publicou: “(…) como Lucas Berlanza escreveu em uma de suas mídias, noutro dia desses, a direita deve dar ao lulopetismo e ao governo a mais infernal oposição. Aceito-o como metáfora, se falamos do inferno como símbolo da ira divina contra o mal. Infernal contra o ridículo, o desmando, o erro e o mal. Oposição contra a interferência nas liberdades civis fundamentais, no direito das famílias, na liberdade econômica, no combate à criminalidade, no aparelhamento da máquina e na construção da hegemonia sobre a sociedade civil. Oposição infernal contra as manipulações da esquerda cosmopolita. O caso, no entanto, é que há outro sentido para “infernal”; numa leitura menos caridosa, infernal é o demoníaco, é a obra do mal, o próprio ridículo, a mentira, a perversão das coisas sagradas. E a linha tênue é essa mesma: quando corre solto o prazer torpe, a alegria maldosa, o riso cáustico diante da desgraça, submergindo toda a compaixão pelos que sofrem as consequências, não se trata mais da ira divina, mas de concupiscência demoníaca. Essa alegria torta é como uma alma seca de ressentimentos regada com a água salgada da vingança. Sua sede só aumentará, até o infinito”. Ao final de seu artigo, o autor sugere que os cristãos orem pelo governo Lula.

Naturalmente, ao usar a palavra “infernal”, empreguei-a em um sentido alegórico de intensidade, tal como bem aponta o colunista; eu nem a poderia empregar em qualquer sentido literal, até porque, provavelmente muito ao contrário dele, sequer acredito na existência de qualquer Inferno que não seja metafórico. Também não tenho nada contra orar/rezar por quem quer que seja, muito pelo contrário. Por princípio, considero a oração sempre boa.

Gostaria apenas de enfatizar que o mundo é o que é e as coisas e grupos são o que são. Lula e o PT não são uma incógnita ou algo em que, racionalmente, se possam nutrir esperanças; tivemos ao menos 14 anos de experiências, fora suas ações como oposicionistas, e já estes primeiros dias após a eleição a não permitirem expectativas minimamente sólidas de um “dever-ser”. Não poderíamos, na Segunda Guerra Mundial, substituir a mobilização dos ânimos e tropas para o combate sem tréguas por orações para que os nazistas não exterminassem judeus.

O PT precisa, sim, ser enfrentado diuturnamente, com disposição virulenta para nada menos que detê-lo. Não deve, concordo com Guilherme, existir prazer com o infortúnio dos pobres e miseráveis que padecem dos efeitos de seus males; mas isso já é um fato dado. Não vai acontecer. Já aconteceu no passado e virtualmente “já aconteceu” no futuro próximo. Acreditar que existe alguma chance de Lula fazer um bom governo está além das minhas possibilidades cognitivas.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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