Sentimentalismos “tóxicos”

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Não enxergamos o mundo como ele é, vemos o mundo como somos. Nesta direção, catastroficamente, os “incentivos progressistas” têm “ensinado” e estimulado ao estresse, em especial aos mais jovens, à nociva cultura da vitimização. Há vítimas e vítimas, seguramente: reais e construídas.

Desde muito cedo, as pessoas têm suas mentes marteladas pelas narrativas – “nobres” – e ideias altruístas, idealistas e bondosas, de que o seu dever é “consertar e salvar a humanidade”. Notadamente, em referência a uma sociedade capitalista, que “explora e oprime” os mais fracos para enriquecer os poderosos.

Todos têm a obrigação de tomar café, almoçar e jantar com a dor emocional em relação às mazelas sociais. Daí, infere-se que a grande mãe Estado, compulsoriamente, tem a missão precípua da “salvação terrena” de todos.

Sim, é importante se ter empatia em relação aos outros. Adam Smith já nos ensinava sobre o nosso expectador imparcial, o nosso eu interior, aquele que faz julgamentos morais, impelindo nossa preocupação com os outros.

Porém, vive-se na era do sentimentalismo exacerbado. Para usar o termo da moda, tóxico. Além disso, não basta ser, tem que parecer ser, e alardear aos quatro ventos.

Os jovens são impulsionados, manipulados e pressionados, a pensar e agir, exclusivamente, utilizando a parte límbica do cérebro, aquela responsável pelas emoções.

A dor, sabemos, é imanente ao ser humano, portanto, algo inevitável. No entanto, dor é diferente do nefasto sofrimento, aquele é impulsionado pelo “progressismo” coletivo, que assola os jovens – e velhos. O sofrimento coletivo se transformou no centro da experiência e do objetivo de vida de indivíduos. A vida passou a ser “vivida” dentro de mentes infectadas e lacradas às experiências e às possibilidades do mundo exterior.

O progressista politicamente correto pressiona e culpa as pessoas pelo sofrimento alheio, independentemente das razões individuais para tal sofrimento dos outros. Todos os coletivistas das “mentes das cavernas interiores”, passam a viver o presente, projetando um futuro sombrio e “explorador”, o que opera como um antídoto contra o poder da agência individual, da autoresponsabilidade e das possibilidades de evoluir e se desenvolver, por meio do esforço individual contínuo e do autoaperfeiçoamento.

Literalmente, às narrativas e às histórias das mazelas sociais, e da ideia fixa da opressão, faz a cabeça dos jovens.

A verdadeira salvação está na mudança da atitude individual. É necessário fugir do coletivo, pensar criticamente, assumindo a agência e o controle de sua própria vida! Salve primeiro a si próprio, para depois, eventualmente, “salvar os outros”. Melhor, seja misericordioso consigo mesmo!

A dor é poderosa, factualmente, ela ensina a gemer. Essa nos move a tomar as rédeas de nossas próprias vidas, enfrentando as dificuldades naturais impostas pelo simples fato de viver. Todos, absolutamente todos, passam por adversidades, distintas, de diversas e diferentes ordens.

Só há uma forma de melhorar mundo, e o seu próprio mundo. O caminho, necessariamente, passa por assumir a propriedade da sua mente, exercendo as virtuosas virtudes do esforço individual, da disciplina e de suas próprias conquistas.

Mude seu comportamento e sua atitude. A partir daí, seja livre para fazer o que julgar ser o melhor. De forma consciente, faça “por você” e, se desejar, racionalmente pelos outros.

Ser benevolente e dar o perdão do seu coração é uma decisão sua. Ninguém deve ser forçado e/ou coagido a fazê-lo.

Por fim, é vital frisar: sem os valores civilizatórios basilares, não há oportunidades, para ninguém!

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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