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Rosa e azul: a literalidade da burrice

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Deus nos livre de uma sociedade que não entende ironia e metáforas; eu me utilizo delas o tempo todo, em textos e conversas. Mas parece que estamos diante de uma geração com a síndrome de Sheldon; personagem da série americana The Big Bang Theory, ele não sabe reconhecer ironias e se perde sempre nas metáforas, tendo que ser alertado sempre que a ironia ou a metáfora é usada num diálogo.

Damares, a ministra de Bolsonaro, disse num vídeo totalmente descontraído, em tom de jargão, que meninos usam azul e meninas rosa. Bom, a não ser que você não tenha visto o vídeo, não entenda nada do contexto de entrave ideológico que passamos, ou que seja o próprio Sheldon e não entenda porcaria alguma de metáforas; ou pior, apenas seja mais um jornalista histérico na busca de qualquer coisa para dar ressonância aos desafetos que você possui, então não há como você não entender que é uma metáfora a frase usada pela ministra. Utilizar-se de uma metáfora para construir um palco ideológico é o cúmulo da carência; o que esse povo precisa é de um bom choque de realidade e um ursinho de pelúcia.

O que Damares claramente quis afirmar, sendo quase que literal dentro de sua metáfora, é que as crianças voltarão à inocência, abandonando as teses pedagógicas, políticas e demais ideologizações de suas mentes. Que, assim como outrora, onde meninos eram livremente meninos e meninas livremente meninas, sem problematizações políticas sobre seus gêneros, brinquedos, jeitos ou demais coisas análogas, agora tal era poderá ser vivida novamente sem o estupro psicológico do Estado e seus agentes influenciadores.

Estou aqui eu explicando o óbvio para os Sheldons, mostrando que significantes não são significados. Não demorou muito para que a lacrosfera global, com Luciano Huck e Angélica, fizesse um post “daorinha” para que os seus histéricos democráticos de plantão, a turminha do “mais amor e morte aos que pensam diferente de mim”, se satisfizessem na marola do politicamente correto.

Obviamente que há aquela lustrosa parcela de canalhas que entenderam sim a metáfora, mas que deliberadamente fazem o seu circo esquizofrênico num espetáculo de críticas vazias e tolas. A esses nós só devemos o desprezo, o indivíduo que suprime a verdade ou o fato, em busca de criar uma narrativa crítica contra os seus desafetos políticos; esse sujeito sequer deve ser levado em conta. É um bebê birrento que quer atenção a todo custo.

De qualquer maneira, a problematização de uma coisa que não tem problema é o típico caso do desespero político moderno. A mídia corre atrás do mais leve claudicar de qualquer um que se achegue ao conservadorismo crescente no Brasil, mais ainda aos que apoiam o governo recém-empossado. Irão resgatar vídeos, frases, fotos, vão caçar em cada canto o mais leve farfalhar de erros ou tropeços. Estão furiosos, primeiro porque o Brasil cada vez mais se afasta da dependência televisiva, o brasileiro está aprendendo que há maneiras diversas de se formar e informar; que um logo consagrado pelos aristocratas da informação não ratifica que as informações oferecidas sejam as reais, que ser consagrado por pulhas não significa ser sagrado e inconteste.

Aliás, falando em sagrado, ainda bem que esta geração não viveu no auge das metáforas, especificamente no tempo de Jesus Cristo; julgo que uma multidão sairia caolha porque seus olhos os levaram a pecar, ou tentariam a todo custo espremer camelos em buracos de agulhas.

Enfim, me alonguei para explicar o óbvio. Fato é que não importam os acertos que Damares e o Governo Federal poderão alcançar, o que importa é que o inimigo do mainstream já está definido, a lacrosfera já determinou qual será o seu algoz; não é sobre ser certo, verdadeiro e virtuoso, é sobre não ser do lado político que eles são.

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Pedro Henrique Alves

Pedro Henrique Alves

Filósofo, colunista do Instituto Liberal, ensaísta do Jornal Gazeta do Povo e editor na LVM Editora.

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