Repensando “o fim da história”

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Fukuyama, no entanto, acertou quanto ao receituário político-econômico para o desenvolvimento e o bem comum.
A “salvação” passa, sem dúvidas, pela democracia liberal, pelo capitalismo e pelo liberalismo econômico.

O que ele talvez não tenha observado nesse “novo mundo”, foi a ascensão meteórica do “progressismo do retrocesso”, com suas senhas enganosas para ludibriar os incautos e os desesperados, e suas causas de “justiça social” e de políticas identitárias – racistas -, a fim de angariar mais e mais poder. É imperioso ser justo e apontar que, do outro lado, despontaram certos populistas e extremistas “de direita”.

É inegável que são as liberdades individuais e econômicas, aquelas que fomentam a destruição criativa, às inovações, e o estímulo necessário ao investimento e ao empreendedorismo.

Todos deveriam saber que a melhor política para o aumento das oportunidades – ou igualdade – é o crescimento econômico.

Similarmente, não há a menor dúvida de que a abertura econômica – não o protecionismo – é o que propicia às inovações nos diversos países, fazendo com que, especialmente, os mais pobres, tenham acesso a melhores produtos e serviços, a preços mais baixos. Isso faz com que eles fiquem com mais dinheiro “em seus bolsos”, a fim de fazer, eles próprios, as suas escolhas, de acordo com seus planos de vida.

Todo mundo que quer ver, enxerga que no Brasil, inexistem democracia e economia de mercados livres. Têm-se, isso sim, uma cleptocracia, baseada em instituições e em políticas extrativistas, e um abissal e absurdo intervencionismo estatal, privilegiando, via o nefasto compadrio, os agentes econômicos “amigos do rei”.

O Estado – eficiente e necessário – deveria focar em sua missão precípua de garantir os direitos individuais, e prover ensino, saúde e segurança de efetiva qualidade, para que, objetivamente, ocorresse um aumento de melhores oportunidades para todos. A economia deve ter a liderança do setor privado.

Penso que foi e é dessa forma que se gera bem-estar social, um desenvolvimento mais inclusivo e, como comprovado pela história econômica, uma maior redução dos níveis de pobreza.

Entretanto, o que o “progressismo do atraso”, que tem imperado no mundo ocidental, tem advogado, é francamente em favor do funesto decrescimento econômico.

Evidentemente que é essencial preservar o meio ambiente e planejar e acionar medidas inteligentes e racionais em relação as mudanças climáticas. Contudo, o tema foi politizado, tornando-se mais um embuste do “progressismo do atraso”. Com o catastrofismo ambiental midiático, pretende-se barrar o tão fundamental crescimento econômico, em especial em países como o Brasil, dotado de uma população que sequer consegue se alimentar de maneira saudável e adequada.

O que as agendas “progressistas“ ambientais draconianas e utópicas, pragmaticamente operam, é impedir a geração de empregos, de renda e de riqueza. Nessa terra chamada Brasil, pasmem, progressistas de araque denominam o motor da economia brasileira, o agronegócio, de fascista! Tenham em mente que políticas anti-crescimento são irmãs siamesas da pobreza.

É preciso planejar e atuar com cautela e racionalidade, não com sentimentalismos e emoções. Penso que o próprio desenvolvimento tecnológico será capaz de trazer as soluções necessárias – de forma científica – aos desafios que hoje se impõem na temática ambiental.

Muitas dessas “causas ambientais” são mais aparentes do que factuais. O que se observa, claramente, é que os avanços tecnológicos tem produzido incrementos de grande impacto produtivo no setor de serviços.

Fukuyama tem razão. Democracia de verdade, capitalismo de fato, e liberalismo econômico, concorrencial, são os “drivers” do vital crescimento econômico e da genuína redução da pobreza.

Como similarmente comprovado pela história econômica, autoritários, muitas vezes disfarçados de democratas, coletivistas, com suas políticas públicas “bondosas”, e seus planos centralizadores, recheados de políticas nacional-desenvolvimentistas, tais como políticas industriais, e o extorsivo intervencionismo estatal, repleto de normas e de regulamentos contraproducentes, são a receita certeira para o fracasso econômico e social. Portanto, para uma maior igualdade de oportunidades, tão essencial para todos.

O compulsório crescimento econômico não acontece por decreto de coletivistas “superiores”. Ocorre, sem dúvidas, por obra das essenciais liberdades, individuais e econômicas.

Em outras palavras, o bem-estar para todos advém da verdadeira democracia e do capitalismo de verdade.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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