Para que estão servindo os valores iluministas?

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Vivemos em uma era das falácias, da mentira explícita e da primazia da ignorância. Penso que estou habilitado a opinar, dotado de uma espécie de poder de fala. Sou Doutor e trabalho, faz muito tempo, na iniciativa privada. Uma das falácias favoritas de ignorantes preguiçosos e/ou de técnicos desprovidos de visão holística é enaltecer a “distinção” entre teoria e prática. São coisas diferentes, entretanto, fundamentalmente, interdependentes.

Teorias são abstrações da realidade (de uma prática) que aportam os fundamentos e os conceitos que deveriam orientar a ação humana. A prática, sinteticamente, é o como fazer, repetidamente – uma mera técnica. Para um prático, sem teorias, a “solução” é sempre reincidente, não havendo espaço para inovações e aprimoramentos.
São os teóricos, a partir das experiências da realidade – o que é necessário compreender profundamente -, que buscam ampliar as fronteiras do conhecimento nas amplas e variadas áreas.

Nas trevas da era da ignorância, tendo a pensar que o ignorante e preguiçoso presidente Luiz da Silva talvez tenha razão. Ele não estudou, não gosta de ler e, cotidianamente, assassina sua língua nativa. Os fatos cabais têm demonstrado que o estudo, ao invés de encaminhar à “iluminação”, tem desembocado na obscuridade e na cegueira.

O “século das luzes”, surgido na Europa no século XVIII, valorizava o genuíno conhecimento, a ciência com “c” maiúsculo” – não a ideologia -, a prevalência da razão (que escassez!) e o humanismo “racional” – não os falsos altruísmos da famigerada sinalização de virtude. Evidente que não estou me referindo ao “Iluminismo” mencionado pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso. O compromisso de nossa deselite com os valores iluministas é, factualmente, pura ilusão, não vale um vintém.

A realidade, como ela é, deixou de existir, constituindo-se numa mera construção daquilo que coletivistas de araque desejam que ela seja. Não há nada mais do que uma singela – mas gritante – farsa. O grande imbróglio é que o verdadeiro ensino “duro” e produtivo no Brasil tomou Doril, e faz tempo. O que se tem é a formação em massa de militantes e de ativistas contra a “opressão e a injustiça”, analfabetos funcionais. O conhecimento, a razão e a ciência concederam lugar ao sectarismo ideológico – e religioso – e às correspondentes rejeição da verdade e o império da nefasta dissonância cognitiva. Ouso dizer que a psicologia vermelha assumiu o controle do volante, transformando naturais ocorrências da jornada terrena em “traumas insuperáveis”. O sujeito que discute com seu chefe e pede demissão ou é demitido parece ter sua vida arruinada para sempre. O interessante nisso tudo é que os livros de autoajuda e os gurus da atualidade não param de “holofotizar” a suprema virtude da resiliência.

Todo nosso contexto de terror e pânico foi calculado e planejado milimetricamente. A mentalidade da abstração coletivista se apossou das instituições e, portanto, da cultura. Será que ainda resta um fiapo de legítima cultura?
Populistas e ideólogos do atraso, de várias estirpes, manipulam suas “massas de tribos”, incapazes de pensar criticamente, mirando nos desejos de legiões de ignorantes e de desesperados por soluções mágicas para suas vidas, transformando-os em escravos de um Estado “salvador da pátria”.

Problemas complexos exigem soluções complexas. Não há soluções populistas e simples que os resolvam, de fato.
As comprovadas “soluções” que trazem crescimento econômico e social e progresso exigem medidas duras e impopulares. Poucos políticos têm coragem e habilidades necessárias para concretizá-las. De fato, populistas maldosos, simplesmente, buscam levar música aos ouvidos dessa legião de ignorantes e de desesperados por respostas e artifícios aderentes às suas respectivas angústias e necessidades. Estes respondem com políticas contraproducentes, que já fracassaram sistematicamente e de maneira rotunda. Embora tais iniciativas sejam entoadas como sendo para o “bem popular”, encaminham para a pobreza e para o retrocesso.

As tribos anseiam pela mentira escrachada, pela hipocrisia, consciente e/ou inconscientemente, uma vez que seus associados são ignorantes e/ou desesperados, suportados por crenças ideológicas, superstições e em soluções “divinas” de tais semideuses. De forma trágica, muitos abdicam de suas liberdades e responsabilidades individuais à espera de promessas que somente demagogos e mentirosos podem prover.

O sectarismo tribal transformou o contexto verde-amarelo num mar vermelho de disputas por perfumarias de segunda ordem, esfacelando os valores genuinamente democráticos-liberais, destruindo a moral, a justiça, as liberdades individuais e econômicas e, fundamentalmente, acabando com a vital coesão social.

A era é a das trevas, da ignorância, da falta de estudo e do conhecimento, da lógica “ilógica”, da “scienssia”, da sinalização de virtude e da mentira trajada e maquiada de verdade inquestionável. O conhecimento e a razão se transformaram em acessórios de muito pouco valor.

No faroeste sem leis, vermelho, verde-amarelo, do autoritarismo disfarçado de “democracia relativa”, da ditadura da toga, os pobres mortais, ignorantes e/ou desesperados, aspiram pelo abissal e devastador intervencionismo estatal, aquele ambicionado como sendo o remédio para curar todos os males tupiniquins. Desafortunadamente, o desejo é de ser escravo de um Estado, naturalmente, ineficiente.

Triste, mas me inclino a concordar com o Dr. Lule… De maneira efetiva, para que estão servindo a argumentação racional, o conhecimento, a verdadeira ciência, nessa época das trevas da mentira escancarada, das falácias e do apogeu da ignorância?

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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