O voto e a caverna de Platão

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Na Venezuela, o voto é feito numa urna eletrônica como aqui no Brasil. O eleitor se identifica e vota digitando no candidato de sua preferência.

O processo de votação tem uma etapa adicional que visa a eliminar inconsistências através do que, em informática, se chama de “crítica”, a confrontação dos dados coletados pelo meio digital com o meio físico verificável materialmente pelo eleitor e por quem fará a auditoria confrontando o número total de votos processado na urna eletrônica com o número total de votos contidos na urna física.

Para que a “crítica” seja possível de ser feita, a urna eletrônica imprime em papel o voto feito pelo eleitor. Este poderá verificar o que foi impresso para então depositar o voto impresso na urna física que conterá todos os votos impressos daquela seção. Ao final da eleição, a contagem manual dos votos impressos deve ser feita para ver se ela “bate” com o resultado apurado pela urna eletrônica.

Sem a “crítica”, não é possível fazer a confrontação dos dados processados eletronicamente com o voto impresso, manuseado e confirmado pelo eleitor.

Na Venezuela, o ditador se negou a apresentar a ata com a “crítica” que confirma que o resultado é fruto do que o eleitor informou quando votou. Sem essa “crítica”, é como a alegoria da caverna de Platão. Os eleitores vivem no escuro. Da realidade, só veem as sombras que são explicadas por uma autoridade que diz tê-la visto como ninguém mais viu.

As eleições na Venezuela foram fraudadas? Devem ter sido, senão a “crítica” já teria aparecido.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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