O saudosismo e a capacidade de mudar

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O saudosismo é o refúgio dos românticos por esquecimento. O fato de hoje nos parecer pior não significa que antes não era ruim. Costumamos ser seletivos: lembramos mais dos bons momentos do que dos que nos causaram sofrimento.

Eu, por exemplo, me lembro de andar de bonde, de nadar no rio Guaíba, de descer a Fernandes Vieira de carrinho de lomba, de jogar taco no meio da rua Castro Alves, de jogar futebol, vôlei ou basquete na Redenção, de pegar carona para ir de Ipanema até o Bonfim, de namorar no Morro Santa Teresa ou na areia de Capão, no Galaxy do meu pai, tudo isso com muita saudade. A vida era 100% analógica. Raspávamos joelhos e cotovelos, quebrávamos braços e pernas a cada verão. Íamos no barbeiro, tínhamos aulas de piano e inglês e nos apaixonávamos pelas professoras com as quais sonhávamos, uma dedilhando notas de Mozart, a outra recitando poemas de Walt Whitman.

Em qual dia do mês e do ano deixamos de ser quem éramos para sermos quem nunca imaginamos que seríamos?

Eu não acredito nas palavras de Heráclito: somos e sempre fomos e seremos nós mesmos, assim como o rio que ora nos alegra, ora nos inunda e entristece.

Exatamente somos o que somos porque mudamos. Somos o que somos porque promovemos as mudanças. Somos o que somos porque mudar é humano. Mudar faz parte da nossa identidade. Mudar para melhor, porque, sendo humanos, somos racionais e queremos melhorar de vida porque somos egoístas, o que não significa pisar nos demais. Pelo contrário, ser egoísta racional é o que temos de mais virtuoso no nosso ser.

Tudo de bom que temos na vida é fruto da vontade de alguém de lucrar, o que só acontece onde há liberdade para uma troca de valor feita de forma espontânea e voluntária.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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