O que o “Marco Legal das Ferrovias” gerou de investimento para o Brasil?
A estimativa de capital privado no projeto, incluindo ações de engenharia, obras, mobilização e comissionamento, é de aproximadamente 150 bilhões de reais para aproximadamente 11 mil quilômetros de novos trilhos a serem implantados.
Serão décadas de investimentos em 15 unidades da federação, dada a complexidade e extensão física comum em obras ferroviárias, e, após a conclusão, a duração de cada contrato vai variar entre 25 e 99 anos de operação dessas malhas e pátios, ou seja, mais décadas de geração de renda, empregos e movimentação na economia. Abaixo, é possível ver a listagem de empresas, trechos e quilômetros de autorizações:
Além disso, existem outras vantagens para o Estado brasileiro com o novo “Marco Legal das Ferrovias”, considerando que as empresas autorizadas detém os seguintes direitos constituídos:
Na prática, o item “a” garante ao Estado isenção de risco e custos futuros. O empreendedor é responsável por projetar, realizar a obra, tocar a operação e gerenciar o risco. Isso não exime o Estado de suas prerrogativas básicas de mediar possíveis conflitos e fiscalizar o empreendimento.
Os itens “b”, “c” e “d” nos demonstram que a espinha dorsal do projeto pode gerar ramificações motivadoras para melhorar a capacidade atual e criação de outros negócios em ferrovias ou nos arredores.
O novo “Marco Legal das Ferrovias” colocou de vez o Brasil “nos trilhos do desenvolvimento” (com o perdão da expressão ou convém o trocadilho) e o que o Estado brasileiro precisa fazer, de forma objetiva, é garantir que o marco dure ao longo do tempo, sem intervenção do Estado.
Com a garantia de segurança jurídica e retirada do peso da burocracia do Estado brasileiro, a logística do país pode estar migrando para um reequilíbrio de sua matriz de transportes. Não é novidade para nenhum cidadão que, no Brasil, ao longo das últimas décadas, foram priorizados os investimentos públicos no transporte rodoviário, que é mais caro e menos atraente ao capital privado. O mercado respondeu rapidamente ao estímulo, o que remete a um setor reprimido e com potencial enorme de ainda mais investimento.
Por fim, conclui-se que as empresas que, sem a intervenção direta do Estado, estão investindo podem potencializar ainda mais o capital empregado. Com isso, outros atores privados podem ser atraídos pelo potencial na exploração da malha ferroviária e consequentemente no amplo espaço de desenvolvimento nas regiões em que essas obras vão ocorrer, como serviços e bens de consumo, tanto acessórios quanto fundamentais para a manutenção da operação.
*Felipe Fernandes é Associado Alumni do Instituto Líderes do Amanhã.