Lula não surpreende ninguém
Dois fatos recentes demonstraram mais uma vez o cinismo, o ódio pelo o que é correto e o amor pela mentira não apenas do presidente Lula, mas dos seus defensores. O esquerdismo é uma picaretagem intelectual e moral, já sabemos disso; mas agora ficou claro como o sol de Teresina quem essa gente é.
Vamos começar pela pauta mais quente. Em sã consciência, quem poderá sequer relativizar a fala do presidente Lula acerca do conflito entre o Estado de Israel e os terroristas do Hamas? Comparar operações militares contra um grupo terrorista que derramou tanto sangue israelense – e até brasileiro – com os horrores do Holocausto é modus operandi de quem é desprovido de qualquer sensibilidade ou altivez moral. O ato é absurdo per si, não há muito o que acrescentar.
Porém, o sr. presidente não tem o direito de ignorar os fatos. Antes das opiniões, cá estão eles: (I) o Hamas perpetrou um ataque contra civis desarmados e indefesos no dia 7 de outubro de 2023, matando 1400 pessoas. (II) Qualquer país tem o direito de se defender, ainda mais quando atacado por uma organização terrorista. (III) O objetivo confesso do Hamas é destruir Israel. (IV) A grande mídia ocidental cumpre magistralmente o papel de perpetradora da guerra assimétrica que minimiza os crimes das organizações terroristas islâmicas e superestima – ou mesmo inventa – supostas atrocidades israelenses. Esses são os fatos. Quem os nega está desautorizado a emitir qualquer opinião acerca do tema.
Não é o caso de Lula. Ele sabe muito bem de que lado está tomando partido. O próprio Hamas emitiu uma nota com agradecimentos a ele pela comparação estúpida e cruel para com o povo judeu. Detalhe: ele nunca se incomodou com outras declarações pretéritas dos terroristas em seu apoio. Se quem cala consente, deixo para vocês tirarem a conclusão óbvia disso tudo. O Brasil tem uma relação importante com Israel, principalmente na importação de fertilizantes utilizados pelo nosso agronegócio. Vamos arrumar encrenca com um parceiro importante a troco do quê? Nem dá mais para chamar isso de cegueira ideológica. É canalhice pura e simples.
Pois bem, o outro fato é a nota conjunta lançada por Argentina, Costa Rica, Equador, Paraguai e Uruguai em repúdio ao fechamento do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. O Brasil ficou de fora. É isso mesmo. O governo que foi eleito para salvar a democracia contra os malvados golpistas não diz absolutamente nada contra uma tirania comunista que está no seu quintal. O sr. presidente ainda teve o cinismo de alegar desconhecimento da situação venezuelana para fazer qualquer tipo de comentário, mas, para condenar uma nação que fica no outro lado do planeta, sobra domínio do assunto, não é mesmo?
Há quem diga que Lula está senil ou coisa do tipo. Não acredito nessa conversa mole. Como já disse aqui, ele sabe muito bem de que lado está.
A causa palestina foi abraçada pelas esquerdas por algumas razões. De comunistas ortodoxos a progressistas wokes, o antissemitismo sempre foi marca registrada da esquerda. Além disso, a visão de países/povos opressores versus países/povos oprimidos – típica do marxismo cultural – é atraente demais para ser desprezada. Crer que certas nações sofreram toda sorte de crueldades no passado e por isso estão autorizadas a devolvê-las com juros e correção monetária faz parte do credo woke. É óbvia a falsidade dessa narrativa no caso Israel vs Palestina: o antissemitismo no mundo árabe foi reforçado através de operações de desinformação soviética ao espalharem cópias do farsesco Os Protocolos dos Sábios de Sião, livro justificador do ódio aos judeus que os apresenta como protagonistas de uma conspiração judaica para dominar o mundo. Yasser Arafat, líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), passou de terrorista a pacifista graças ao engodo desinformativo da KGB – essa é apenas uma dentre tantas das suas conexões com o bloco comunista.
Já o caso venezuelano é mais simples de entender. A Venezuela é uma ditadura comunista e seu chefe é membro do Foro de São Paulo, organização criada por Lula e Fidel Castro com o objetivo declarado de ‘’recuperar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu’’. Ou seja, implementar o comunismo em solo latino-americano nos moldes soviéticos. Nesse plano, o Brasil tem a função estratégica de prover recursos aos aliados comunistas, não podendo eliminar a democracia liberal e o regime capitalista de uma hora para outra – a revolução custa caro, e somente o livre mercado é capaz de bancar tal aventura. Enquanto a oposição a tal projeto não for totalmente exterminada, a esquerda latino-americana não terá condições de fazer no continente o que já faz em determinados países. A fonte brasileira foi interrompida com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, mas acabou retomada com a volta do sr. Lula ao poder.
Todas essas informações estão disponíveis em livros e na internet. Quem achou o contrário e votou em Lula com o propósito de ‘’salvar a democracia’’ e a ‘’imagem do Brasil no exterior’’ quis ser enganado, pois o sr. presidente nunca enganou ninguém. Até agora, muitos estão em silêncio. O deputado Fausto Pinato (PP-SP) adorava trucidar o governo Bolsonaro por sua política externa, chegando a cobrar publicamente a derrubada de Ernesto Araújo do Itamaraty. Pois bem, ele não deu um pio acerca da fala desumana do sr. Lula. O Brasil é realmente o país dos insanos.
Referências:
4.https://www.jewishvirtuallibrary.org/yasser-arafat-s-kgb-connections